Nova ministra prometeu mudar a agenda praticada pela pasta durante o governo Bolsonaro, com retomada de secretarias, novas medidas e a criação de Secretaria Extraordinária contra o desmatamento
Por: Douglas Santana Ferreira
Na tarde desta quarta-feira (04), Marina Silva (Rede) tomou posse como ministra do Meio Ambiente. A deputada federal eleita já fez parte da pasta durante o primeiro mandato de Lula (PT), no começo dos anos 2000. Durante seu discurso, Marina teceu duras críticas ao modo como o ministério era comandado por Ricardo Salles, durante o governo Bolsonaro (PL).
“Boiadas passaram por onde deveria passar apenas proteção. Vários parlamentares se colocaram à frente de todo esse processo de desmonte”, disse Marina, fazendo referência à expressão “passar a boiada”, usada pelo ex-ministro Ricardo Salles, em defesa da flexibilização de regras ambientais.
A nova ministra descreveu quais serão os principais objetivos da pasta na sua gestão.
“Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em vez de pária ambiental, ser o país que vai nos ajudar a finalizar o acordo com o Mercosul, que a gente consiga trazer os investimentos, que consiga abrir o mercado para nossos produtos, que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para nossos interesses estratégicos e passe a ser o melhor cartão de visita”, explica.
Marina anunciou diversas medidas que serão tomadas na nova pasta, como a criação de secretarias e as retomadas do controle do Serviço Florestal Brasileiro e da Agência Nacional de Águas (ANA). Além disso, foi prometida a criação de uma Secretaria Extraordinária, para combater o desmatamento.
“Quando chegarmos ao desmatamento zero, não precisará da Secretária Extraordinária de Desmatamento. Então, esse secretário sabe que a taxa de sucesso dele será medida no dia que o presidente extinguir a secretária extraordinária de desmatamento”, disse.
Foto: Ricardo Stuckert/PT
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