O Brasil terá, neste sábado, mais um milionário. O sortudo será aquele que acertar as dezenas da Mega-Sena da Virada, levando para casa o prêmio estimado em R$ 500 milhões, o maior já sorteado pelo banco no país.
Com todo esse dinheiro, é importante saber o que fazer, sem risco de ver todo esse montante ir diminuindo ao longo dos anos.
O que dá para comprar: prêmio da Mega-Sena da virada compra casa mais cara do Brasil, carro mais caro do mundo ou 24 ilhas — Antes de se falar onde investir, é muito melhor pensar em uma ótica de planejamento financeiro. Todo mundo no Brasil pensa muito em “onde eu vou botar o dinheiro e o que isso vai me dar de retorno”, mas ninguém pensa no longo prazo, que é esse planejamento — destaca Gabriel Meira, Sócio da Valor Investimentos.
Segundo Meira, entre os objetivos mais comuns dos ganhadores de grandes prêmios como o da Mega-Sena da Virada, estão a compra de imóveis, viagens, investimento em educação de filhos, entre outros. Meira afirma que, mesmo com a quantia vultosa, é importante pensar em um planejamento para o período em que a pessoa deixará de “trabalhar”, dedicando mais tempo para o lazer. Para isso, é importante criar um mapeamento dos custos de vida e quanto a pessoa pretende receber por mês dos seus investimentos.
— O planejamento financeiro é ainda mais importante para quem tem um patrimônio desse tamanho. É pensar em como você vai passar esses bens para os seus descendentes. E você tem diversas modalidades para isso, como um seguro de vida, previdência privada — aponta.
Um dos principais conselhos de Meira é, no momento, aproveitar a taxa de juros do Brasil (13,75% atualmente), separando um considerável percentual para investimentos que tenham esse valor como referência para definir a rentabilidade. A recomendação é aplicar de 60% a 70% dessa reserva em renda fixa, que dá um retorno de mais de 1% líquido ao mês, “sem fazer esforço”.
— A gente está falando de mais de R$ 5 milhões [levando em conta o percentual investido do prêmio]. Com isso, o ganhador pode investir outra parte em renda variável, como ações, fundos imobiliários. É importante entender o perfil do investidor, mas esses modelos sempre cabem — explica.
Mesmo com a grande quantia, é importante sempre, segundo ele, pensar em uma reserva para manutenção dos gastos, por um ou dois anos. Quanto mais recursos a pessoa tiver, mais caro, também, será o custo de manutenção de todo esse patrimônio.
— Em qualquer tamanho de patrimônio, todas essas modalidades de investimento têm a sua aplicabilidade. A gente deve definir de acordo com o cenário macroeconômico, para definir se o pé vai estar no acelerador ou não. No momento, não faz sentido ter esse pé no acelerador. Quando a gente tiver a taxa de juros de um dígito, 3%, 5%, aí, sim, faz sentido você ter mais aplicações em renda variável — conclui.