Na primeira reunião que tiveram com diretores da Petrobras, nesta segunda-feira, os integrantes do time da transição de Lula fizeram três pedidos, mas nem todos puderam ser atendidos.
O primeiro pedido foi que a diretoria adie a apresentação do plano de investimentos da empresa, que está marcada para a quarta-feira, para depois da posse do próximo presidente da República.
O segundo, que a companhia suspenda todas as vendas de ativos, pelo mesmo período. E o terceiro, que a cúpula da Petrobras forneça todas as informações disponíveis sobre a fórmula de reajustes de preços dos combustíveis. Os três itens são considerados os pilares das mudanças que devem ser implementadas na empresa pelo novo governo, e que preveem não só a construção ou a ampliação de refinarias, mas a mudança na fórmula de reajuste dos combustíveis e a revisão das prioridades da Petrobras – para, por exemplo, investir em mobilidade urbana.
Dos três, só um será atendido completamente – o de entregar a fórmula do reajuste de preços à equipe de transição. Para isso, os integrantes do time de Lula vão assinar acordos de confidencialidade e se comprometer a manter a informação sob sigilo. Os diretores da petroleira disseram que não poderiam adiar a apresentação do plano estratégico, que é obrigatória pela lei das SAs. Mas esclareceram que ele poderia ser revisto pelo novo comando, assim que ela for nomeada por Lula. Basta que seja aprovado no conselho de administração.
Quanto às vendas de ativos, o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, e sua equipe, só se comprometeram a não assinar nada novo e nem fazer nenhum anúncio até o final do ano. Mas disseram que os negócios em fase de conclusão, como as vendas de alguns campos maduros de petróleo e da Refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas, serão fechados nos próximos dias. Além do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, também estavam na reunião o diretor de Relacionamento Institucional, Rafael Chaves, o diretor de Governança e Conformidade, Salvador Dahan, e a advogada-geral da Petrobras, Taisa Maciel.
Já do lado de Lula participaram o senador Jean Paul Prates (PT-RN) e o ex-secretário executivo de Minas e Energia de Lula, Maurício Tolmasquim, entre vários outros membros do grupo de trabalho. Eles ainda vão fazer os pedidos de informação à Petrobras oficialmente, para subsidiar o relatório a ser entregue.