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O IMPACTO DO 13º SALÁRIO NA ECONOMIA E NO BOLSO

Redação - 24/11/2022 07:50 - Atualizado 24/11/2022

Até o final desse mês será injetado na economia baiana  a primeira parcela dos R$ 10,5 bilhões de pagamento do 13º salário.

O montante, calculado pelo Dieese, é 10% maior do que o distribuído no ano passado, representa cerca de 4% do PIB baiano e vai movimentar a economia. No Brasil, o  pagamento do 13º salário injetará  R$ 250,00 bilhões, apenas 2,6% PIB.  Na Bahia são quase 5 milhões de pessoas que receberão  o benefício e esse dinheiro vai elevar o nível de consumo na economia, beneficiando o comércio, o turismo e outros setores. Cada trabalhador receberá em média 2 mil reais, mas toda média é burra, por isso, cada varejista, cada fornecedor de serviços deve trabalhar com a média de renda do seu público que pode ter um incremento muito maior. Vale lembrar também que cerca de 27% desse total vai para beneficiários do INSS e em muitos municípios da Bahia é esse montante, juntamente com o Bolsa Família, que movimenta o comércio e os serviços.

É verdade que na Bahia um número semelhante de pessoas que vão receber o 13º terceiro, cerca de 4,5 milhões, está inadimplente e, naturalmente, o adicional será  usado para pagar dívidas. Mas isso não é ruim, pois o pagamento de dívidas restabelece a capacidade de endividamento do consumidor e ele passa novamente a ter acesso ao crédito. O fato é que se por um lado a inflação e a inadimplência inibem o gasto do consumidor, por outro o 13º salário e o apelo do Natal leva o consumidor às compras.

A Fecomércio-Ba estima um crescimento nas vendas do varejo  em  0,5% em relação ao ano passado. A estimativa está subestimada pois, levando em conta que a Black Friday e a Copa, que vão ampliar o mercado de emprego temporário, e o  beneficio do 13º salário, o crescimento das vendas deve ser maior que essa previsão.

Do lado dos consumidores, a recomendação de uso do 13º salário é sempre a mesma.

Quem está endividado deve usar o salário extra para pagar as dívidas com cartão de crédito, cheque especial e  contas atrasadas necessariamente nessa ordem, pois os juros são extorsivos nas duas primeiras opções.  Quem escapou do endividamento, ou não vai precisar destinar todo o 13º para pagar dívidas, não deve correr para as lojas, pelo contrário, deve reservar  uma parte para as despesas do início do ano e eles serão altas. O aumento na matrícula escolar e na compra de material dá sinais de que será bem acima da inflação, com alguns estabelecimentos prevendo elevação absurda de mais de 15%. E ainda tem IPTU, IPVA e outras despesas. 

Feito isso, e se sobrar alguma coisa, é hora de ir às compras, mas não de forma atabalhoada ou impulsiva. Esse Natal tem de ser o Natal da pesquisa e da pechincha.

                                  O ECONOMISTA ESTAVA CERTO

Este economista foi muito criticado quando afirmou nesta coluna que a redução do percentual de ICMS que incide  nos combustíveis não ia resolver o problema e que a gasolina voltaria a subir de preço. Pois bem, a Agência Nacional de Petróleo mostrou esta semana que a média do preço da gasolina no país aumentou pela sexta semana consecutiva e  o etanol aumentou pela sétima semana consecutiva.

Este economista sofreu quando disse que, embora registrando deflação por causa da queda dos preços dos combustíveis, a inflação iria voltar. Pois bem, a inflação voltou a subir em outubro e atingiu 0,59%, medido pelo  IPCA, e segue em tendência de alta. A política é forte, mas não muda as leis econômicas.

                                              AMCHAM – BAHIA

Participei da 4ª edição do Projeto Bahia Avança  realizado pela Amcham – Ba Câmara Americana de Comércio para o Brasil. O evento abordou três segmentos que são o futuro da Bahia: o agronegócio, o setor mineral e o setor energético. Na oportunidade, lembrei da importância do planejamento de longo prazo no país e no Estado. Um exemplo: na Bahia e no Nordeste a geração de energia eólica, que estimula o crescimento regional, é muito mais veloz do que a construção de linhas de transmissão. Com isso, as empresas fazem sua parte produzindo, mas não tem como distribuir e quem paga é o poder público. O país precisa voltar a fazer planejamento de longo prazo em articulação com os estados.  

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