A antiga sede dos Correios, na Avenida Paulo VI, na Pituba, vai a leilão de novo, nesta terça-feira (21). É a quinta tentativa de vender o terreno de quase 35 mil metros quadrados e o prédio de 17 pavimentos.
Em março, a empresa pediu R$ 144 milhões, valor 58% menor que o inicial de R$ 248 milhões feito em 2019. Agora, o lance mínimo é de R$ 141 milhões. Segundo especialistas, o valor cobrado, o tipo de imóvel e os impactos na mobilidade podem estar dificultando a venda.
O prédio foi inaugurado em 16 de julho de 1983, e durante 30 anos serviu como sede dos Correios. Em novembro de 2018, as atividades foram encerradas e nos meses seguintes o prédio foi desativado. As duas primeiras tentativas de venda aconteceram em fevereiro e maio de 2019, mas não teve interessados. Desde então, ocorreram novos leilões em abril de 2021, e março de 2022.
Às 10h, nesta terça-feira, a empresa realizará nova tentativa de venda do terreno que tem potencial construtivo estimado de até 105 mil m² e fica a duas quadras da praia. O leilão será eletrônico e faz parte do Feirão de Imóveis dos Correios, que tem 11 licitações agendadas até dezembro em todo o país. Para participar é necessário que os interessados se cadastrem na plataforma Licitações-e, do Banco do Brasil.
Para o conselheiro Wilson Santos, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), o valor pedido pelo órgão está acima do esperado para aquela região. Além disso, o cenário econômico do mercado imobiliário e a infraestrutura do terreno colocado à venda são outros fatores que afastam os investidores. “É preciso fazer um estudo para levantar o valor do metro quadrado naquela região, mas já posso adiantar que o valor pedido está fora da realidade do mercado. As empresas teriam que fazer um consórcio com vários integrantes para conseguir reduzir o valor da compra, e ainda tem os gastos com a adaptação do novo negócio. Não é atrativo”, afirmou.
Ele explicou que a pandemia alterou o cenário imobiliário, fazendo com que muitas empresas se adaptassem ao home office e deixndo os prédios comerciais da cidade vazios. Uma saída poderia ser transformar a antiga sede dos Correios em um edifício residencial, mas existem outras ressalvas.
(Foto: Arisson Marinho/CORREIO)