O bilionário Sam Bankman-Fried, fundador das empresas cripto FTX e Alameda Resarch, disse na tarde desta terça-feira (8) que sua empresa chegou a uma “transação estratégica” com a Binance em meio a um pânico que causou preocupação sobre a possibilidade de a FTX entrar em falência.
Pelo acordo, a Binance irá adquirir a corretora rival. “As coisas foram encerradas, e os primeiros e últimos investidores da FTX.com são os mesmos: chegamos a um acordo sobre uma transação estratégica com a Binance para a FTX.com”, afirmou Bankman-Fried via Twitter.
O CEO da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, também foi ao Twitter para confirmar o negócio. “Nesta tarde, a FTX pediu nossa ajuda. Há uma significante crise de liquidez”, disse, ressaltando as duas gigantes assinaram uma carta de intenção “não vinculativa”. Bankman-Fried e Zhao falaram que um processo completo de due diligence estará em andamento nos próximos dias.
O acordo ocorre na sequência de um furo do CoinDesk publicado na semana passada, que desencadeou a preocupação de que o balanço patrimonial da empresa-irmã da FTX, Alameda Research, era composto principalmente muito de tokens sem liquidez, incluindo o próprio FTT, da FTX. Com a notícia da aquisição da empresa pela Binance, o token FTT subiu 20%, de cerca de US$ 14,50 para US$ 17,50. O token BNB da Binance saltou 8%, de US$ 326 para US$ 355.
Pouco antes do acordo ser anunciado, dados da ferramenta Coinglass mostravam que clientes haviam realizado saques em massa de Bitcoin da FTX, fazendo com que o saldo em BTC na corretora fosse de cerca de 20.000 BTC no mês passado (US$ 411 milhões) para apenas 1 BTC (cerca de US$ 20 mil). Para efeitos de comparação, no mesmo momento, a Binance detinha mais de 500.000 BTC, o equivalente a US$ 10,2 bilhões.
Entenda o caso
Investidores de criptomoedas amanhecem na segunda-feira (7) preocupados com a situação do token FTT, criado pela exchange de criptomoedas FTX, uma das maiores do mundo. A criptomoeda passava por forte sell-off após o CoinDesk revelar que a corretora e sua empresa-irmã, Alameda Research, teriam seu balanço patrimonial composto principalmente por tokens ilíquidos.
O fato, que até então era desconhecido, acabou levantando dúvidas sobre a saúde financeira das companhias fundadas pelo bilionário Sam Bankman-Fried, que se notabilizou por resgatar empresas cripto falidas durante o “inverno” do setor neste ano. No domingo (6), o CEO da Binance engrossou a crise. No Twitter, Changpeng Zhao informou que venderia todos os tokens FTT que a empresa recebeu após se desfazer da participação que tinha na FTX em 2021.
Zhao não revelou valores, mas dados consultáveis em blockchain apontavam para uma posição na ordem de US$ 500 milhões. Foi o suficiente para agravar a crise de confiança em torno da FTX, fazendo com que seus clientes corressem para sacar tudo o que tinha na corretora. Dados da ferramenta de perfil de carteiras Nansen mostraram um aumento repentino de resgates na FTX, com US$ 292 milhões em stablecoins deixando a exchange na semana passada. A crise se agravou nesta terça-feira, com o FTT caindo mais 20% pela manhã, alcançando perdas de 40% em uma semana.
Foto: divulgação
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