Pouco mais de 13 horas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente eleito do país, Jair Bolsonaro (PL) segue em silêncio.
Desde o início do funcionamento das urnas eletrônicas nas eleições presidenciais, em 1998, esta é a primeira vez que um candidato derrotado evitou fazer declarações públicas após o resultado. Na manhã desta segunda-feira, o atual mandatário recebeu no Palácio do Alvorada o seu parceiro de chapa, o general Braga Netto, e o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Às 9h24, um comboio deixou a residência oficial em direção ao Palácio do Planalto.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) chegou ao Palácio do Planalto pouco depois do presidente. O deputado, no entanto, não falou com a imprensa e não confirmou se os dois iriam se reunir. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, também ainda não se manifestou. A legenda informou que ele vai se pronunciar em um momento “oportuno”. Aliados têm a expectativa de que o mandatário se manifeste publicamente ainda nesta segunda-feira, mas não arriscam dizer se ele cumprirá o protocolo de candidato derrotado e telefonará para Lula.
Na reta final do segundo turno, Bolsonaro disse em entrevista à TV Globo que “quem tiver mais votos leva”, porque “é isso que é a democracia”. Durante a campanha, o presidente já havia afirmado que só falaria sobre o resultado das urnas após se conversar com militares. As Forças Armadas fizeram ações de fiscalização nas seções eleitorais durantes o primeiro e segundo turno. Segundo o colunista Lauro Jardim, Bolsonaro acompanhou a apuração na casa do senador Flávio Bolsonaro, após votar pela manhã no Rio, e evitou contato com aliados ao longo do dia. Integrantes de sua campanha tentaram encontrá-lo durante a apuração, mas o presidente sequer os atendeu. Pediu a assessores para avisar que preferia permanecer sozinho e que entraria em contato na segunda-feira de manhã.
Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo