A economia da China registrou crescimento de 3,9% em ritmo anual no terceiro trimestre, superando as previsões dos analistas, apesar de uma desaceleração causada pelas restrições provocadas pela pandemia de Covid.
O resultado do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), publicado um dia após a reeleição de Xi Jinping como líder do Partido Comunista da China, aconteceu com seis dias de atraso em relação à data originalmente prevista.
A China adiou a divulgação dos números do PIB, juntamente com outros indicadores econômicos, sem especificar o motivo ou o novo cronograma de divulgação. O número de crescimento superou as previsões de um grupo de 12 especialistas consultados pela AFP, que esperavam uma expansão média de 2,5%, entre julho e setembro, período afetado pela política de “Covid zero” do governo chinês.
Esperava-se que o governo chinês relatasse alguns de seus menores números de crescimento trimestral desde 2020, já que sua economia foi atingida por uma forte crise no setor imobiliário, além das restrições da Covid-19. As medidas de restrições, que incluem com frequência o fechamento de empresas e fábricas de produção, afetam a atividade econômica e os deslocamentos da população, o que também derruba o consumo.
No segundo trimestre, o país cresceu apenas 0,4% em ritmo anual, o pior resultado desde 2020. – Mas agora a economia apresenta sinais de recuperação – declarou Zhao Tonglu, diretor do Escritório Nacional de Estatísticas (BNS). Na comparação com o segundo trimestre de 2022, a economia chinesa também avançou 3,9%, um bom sinal, pois entre o primeiro e segundo trimestre registrou contração de 2,6%.
O presidente chinês Xi Jinping, no entanto, descartou qualquer esperança de retorno à vida normal e reafirmou durante o congresso do Partido Comunista a manutenção da política de “Covid zero”. A estratégia colocou “em primeiro lugar a população e suas vidas”, declarou o chefe de Estado, em uma referência à suposta tolerância com a pandemia das democracias ocidentais. – As perspectivas econômicas continuam sombrias – destacou o analista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.
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