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BAHIA É SEGUNDO ESTADO COM MAIOR NÚMERO DE CASOS DE TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO

Redação - 10/10/2022 11:16 - Atualizado 10/10/2022

Segundo dados da Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), a Bahia é o segundo estado com maior número de casos de trabalho infantil doméstico.

A pesquisa mostrou que no estado 13.679 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam trabalhando em condições de baixa remuneração ou até mesmo sem nenhum rendimento.

Segundo dados do estudo “O Trabalho Infantil Doméstico no Brasil: análises estatísticas”, publicado na quarta-feira (5) pelo , o número de crianças e adolescentes baianas na situação representa 16,4% de todas as ocorrências nacionais.

Em geral, a Bahia só fica atrás de Minas Gerais, que registrou 15.922 casos. O levantamento traz dados de um período entre 2016 e 2019. Se compararmos o ano de 2016 (13.890) com o de 2019, houve uma queda de 1,5%. Mas, há uma alta de 30% comparando 2017 com 2019. A partir de 2017 (10.504), o número cresceu gradualmente; 2018 marcou 11.181 casos e 2019, 13.679 casos.

Nascida em região próxima ao município de Teolândia, no sul do estado, a doméstica Romilda Reis, 59 anos, conta que nasceu em família humilde e, com nove irmãos, começou a trabalhar ainda pequena. Quando tinha 8 anos de idade foi levada para a capital por uma família rica que prometeu aos pais de Romilda matriculá-la em uma escola. O que a criança viveu, no entanto, difere da garantia.

“Nada disso era verdade. Quando cheguei, me colocaram para lavar a área de serviço no fundo da casa. Foi muito difícil porque ela [mulher trouxe Romilda para Salvador] se irritava por eu não saber fazer as coisas. Me batia, puxava meu cabelo, esfregava minha cara no chão no local onde não foi feito direito o serviço”, recorda.  Ela conta que sempre voltava para a casa da família, no interior, mas o pai não acreditava nas denúncias e a mandava para a nova casa. Romilda concluiu o segundo grau após completar 40 anos. “Não tive condições de brincar, estudar. […] ( Só recebia comida e lugar para dormir”, diz.

( Correio)

Foto: divulgação

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