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BOLSONARO VOLTA A QUESTIONAR PROCESSO ELEITORAL: ‘ATAQUE HACKER EXISTE NO MUNDO INTEIRO’

Redação - 07/10/2022 09:00 - Atualizado 07/10/2022

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro, em entrevista à revista Veja, publicada na noite de quinta-feira (6).

Na ocasião, o mandatário brasileiro se disse arrependido das polêmicas com as mulheres e também comentou sobre outros assuntos polêmicos, como a absolvição do ex-presidente Lula (PT) dos processos da Lava Jato. Questionado sobre a grande votação no primeiro turno, quando recebeu cerca de 51 milhões de votos, ante 57 milhões do petista, Bolsonaro voltou a dizer que “o ideal era termos voto impresso” no país.

“A gente sabia que o Lula, devido ao recall, ia ter uma boa votação. Mesmo assim, o resultado final foi acima do que eu esperava, mas dentro de uma margem de erro prevista por nós. Não podemos, como eu sempre disse, acabar as eleições com o manto da desconfiança. O ideal era termos o voto impresso. Infelizmente, não foi possível. Eu deleguei a questão das urnas às Forças Armadas, convidadas a contribuir com o TSE e estão analisando o processo com lupa. Eles têm centenas de pessoas especializadas no assunto e me dizem o seguinte: por melhor que seja o trabalho de todo mundo, pode alguém lá num cantinho burlar isso aí. Ataque hacker existe no mundo inteiro. Se conseguem invadir até os sistemas da Nasa, como posso acreditar que o nosso não pode ser vítima disso, em que pese o TSE acreditar que ele é inexpugnável?”, questionou.

Ainda sobre a desconfiança no processo eleitoral do país, onde foi eleito em 2018, Bolsonaro voltou a tecer críticas ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “À frente hoje do TSE está justamente o Alexandre de Moraes e nos espanta a forma como ele e outros ministros dizem, com convicção: ‘Ah, o sistema é à prova de qualquer fraude’. Eles dificultaram e retardaram a participação das Forças Armadas junto ao TSE. Tem o sentimento da opinião pública que houve coisa errada. Tem esse sentimento. Sempre fico preocupado”, completou.

Na entrevista ao veículo de imprensa, o presidente brasileiro aproveitou a oportunidade para fazer uma ‘mea-culpa’ de suas polêmicas com as mulheres. Hoje, Bolsonaro perde por uma larga vantagem para o ex-presidente Lula entre o eleitorado feminino e precisa recuperar essa diferença caso queira vencer a disputa no segundo turno, marcado para acontecer no próximo dia 30 de outubro.

“Eu errei, como naquela discussão com a Maria do Rosário, em 2014 (quando afirmou na Câmara que a deputada do PT-RS não merecia ser estuprada por que era ‘muito feia’). Estávamos discutindo na hora o caso de um estuprador e eu me exaltei. Aconteceu. Falhei também quando afirmei que, depois de quatro filhos homens, veio uma menina, classificando aquilo como uma fraquejada. Foi uma brincadeira, extrapolei. Na verdade, a fraquejada foi que meu coração amoleceu com o nascimento da caçula. Eu me emociono sempre com a minha filha. Quando levei a facada, em 2018, eu pedia a Deus que não deixasse órfã minha filha Laura, que hoje tem 11 anos. Não posso ser julgado pelo resto da vida por uma frase infeliz. Sou cristão e tenho uma confissão a fazer: todos os dias, dobro meus joelhos, rezo um pai-nosso e peço a Deus que o nosso povo não experimente as dores do comunismo”, disse.

Foto: Reprodução, CNN Brasil

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