Segundo levantamento da Fecomércio-BA, com base nos dados do IPCA-15 – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE, a inflação dos produtos e serviços mais procurados na data comemorativa do Dia das Crianças subiu 7,04% em 12 meses, na Região Metropolitana de Salvador. A variação do indicador geral foi de 9,72%.
Dentre os 13 itens selecionados para esse cálculo, 11 estão com aumento de preços em relação ao ano passado. O destaque são os produtos de vestuário, sobretudo roupas. A maior variação foi do vestido infantil, de 33,89%, seguido de calça comprida infantil, de 26,88%. Já o sapato infantil teve um aumento mais moderado, de 14,34%.
“Desde o início do ano os produtos do setor de vestuário têm tido uma rápida subida de preços. Isso ocorre pelo aumento de custos das matérias-primas, como os tecidos e malhas. A indústria têxtil não encontrou outra saída a não ser o repasse de preços aos consumidores. Contudo, vale lembrar que mesmo com a alta de preços são produtos de valor mais baixo em comparação, por exemplo, aos eletrônicos, o que pode ainda favorecer as compras no Dia das Crianças”, destaca o consultor econômico da Federação, Guilherme Dietze.
E quem deseja comprar um brinquedo tende a pagar 14,63% a mais do que há um ano. Os eletroeletrônicos estão mais baratos, como é o caso do aparelho telefônico (-3,75%) e do computador pessoal (-12,57%).
“Essas quedas significam um ajuste de preço no pós-pandemia. Numa linguagem simples, ficou muito caro nos últimos anos por conta do dólar alto e preços dos insumos e agora começa a ficar menos caro”, pontua Dietze.
Ainda tem itens como livro não didático que subiu 12,98%, instrumento musical com alta de 11,42% e bicicleta que evoluiu 5,85%. Pelo lado dos serviços, a ida a um lugar de entretenimento como cinema, teatro e concertos está 7,03% mais caro.
“Sobre o cenário econômico e potencial de compra do consumidor, a avaliação é que será um período inferior do desejável por um grande aspecto, o nível recorde de famílias inadimplentes em Salvador. Há uma restrição no orçamento médio aos produtos não essenciais, como é o caso de presentes. Desta forma, a tendência é que seja mais um período de lembrancinhas e pensar em algo melhor para 2023, quando o cenário indica estar mais favorável em relação à renda”, esclarece o economista.
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