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EM QUE PAÍS VIVE O MINISTRO PAULO GUEDES?

Redação - 29/09/2022 08:10 - Atualizado 29/09/2022

O ministro da Economia fez palestra em Salvador em evento organizado pelo Fórum Empresarial da Bahia e, após suas declarações, deu vontade de perguntar: em que país vive o ministro Paulo Guedes? 

“Todo mundo está com dinheiro para viver. Não é nem sobreviver, é viver mesmo. Já a classe média está gerando emprego e renda”, disse o ministro entusiasmado e foi aí que bateu a certeza de que Guedes estava morando na Dinamarca. Só isso pode explicar o Ministro não estar vendo as pessoas nas ruas pedindo dinheiro e dizendo que a fome dói; só isso pode explicar sua incapacidade de saber que  33 milhões de brasileiros passam fome. Mas, além de ter mudado de país, Guedes parece ter mudado de profissão, tornou-se um coaching motivacional, um desses profissionais especializados em estimular o pensamento positivo e assim alcançar o êxito através da motivação das pessoas, pelo menos é o que se depreende de afirmações como essa: “Somos uma das cinco economias mais fortes do mundo. Está escrito. Só temos que confiar em nós mesmos. Temos tido um desempenho melhor, do que quem nos subestimava”. O ministro parece não saber que em 2021 a economia brasileira, que tinha o 12º PIB do mundo, caiu para a 13ª posição, que o nosso IDH – Índice de Desenvolvimento Humano é o 87º no ranking de 191 países, e que o crescimento tão comemorado de 1,2% do PIB do Brasil no 2º trimestre de 2022 foi bom, mas ficou em 12º lugar entre as economias do mundo.

Paulo Guedes falou pouco de economia e o que falou merece reparo. Cantou loas a deflação registrada no trimestre, sem citar que ela foi obtida com a redução dos preços administrados, combustíveis e energia, via supressão das receitas de ICMS dos estados e que os demais preços continuam subindo. Tanto é assim que o Banco Central mantém aquela que é a maior taxa de juros real do planeta e não dá sinais de queda. Ao vangloriar-se do crescimento de 3% do PIB previsto para este ano, esqueceu-se de dizer que ele foi calculado em cima da base deprimida dos anos de pandemia e que para 2023 a previsão é muito menor. Vangloriou-se também das exportações “que estão voando, passando de meio trilhão”  sem lembrar que esse resultado é fruto da alta cotação do dólar que mascara o custo-Brasil. E voltou a ser tomado pelo espirito do coaching motivacional:

“O Brasil é uma potência digital, ambiental, energética, alimentar. Não dependemos de nada, só temos que trabalhar. O Brasil recebe 6 milhões de turistas por ano”. Nada disso é verdade, estamos longe de ser uma potência digital ou energética,  ambientalmente estamos destruindo nosso principal patrimônio que é a Amazônia e, efetivamente, somos uma potência alimentar, mas que não consegue dar de comer ao seu povo.  E, alguém precisa dizer ao ministro que o número de turistas que vem ao Brasil é pouco mais de 10% dos que aportam na França ou na Itália e menos do que aqueles que visitam a cidade de Nova York. Como se não bastasse, Guedes fez o elogio ao aumento da arrecadação sem dizer que isso é um efeito inflacionário que tende a acabar e afirmou que manteve a responsabilidade fiscal, sem falar que furou o teto de gastos e que o orçamento está cheio de rombos. Teceu loas ao governo por ter dado o Auxílio Emergencial, algo que todos os governos do mundo fizeram, sem lembrar que só aumentou seu valor para R$ 600,00 às vésperas da eleição.  E, suprema vergonha, disse que o governo federal venceu a pandemia “com sucesso”, esquecendo das quase 700 mil mortes e dos entraves governamentais para a compra de vacinas. Em resumo:  o que vimos foi um Ministro da Economia populista. Paulo Guedes é apenas um Posto Ipiranga, vende de tudo o que o dono quer e a preço módico.

                                         A BAHIA E A PECUÁRIA

O rebanho bovino da Bahia atingiu uma população de 11,7 milhões em 2021 e registrou o maior aumento em termos absolutos do país, com um incremento de 2 milhões de cabeças em relação a 2020. A Bahia superou São Paulo e está entre os 10 maiores rebanhos do país, detendo 5,2% do rebanho nacional. Mato Grosso lidera o  ranking  com 32 milhões de cabeças, representando 15% do total, vindo a seguir  Goiás, com 10% do rebanho nacional, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará. Na Bahia, os municípios de Itamaraju,  Itanhém, Itarantim, Guaratinga e Correntina registram os maiores rebanhos. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2021 do IBGE.

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