Sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o principal alvo do debate de presidenciáveis.
Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram as mais incisivas nas críticas contra o presidente. A primeira citou o orçamento secreto —Bolsonaro negou que tenha envolvimento e ainda disse que as duas candidatas teriam recebido verbas por meio desse mecanismo. Ambas negaram.
Por outro lado, os candidatos de Kelmon Souza (PTB), o Padre Kelmon, e Felipe D’Avila (Novo) serviram de apoio ao presidente que tenta a reeleição. Kelmon —que teve a sua candidatura confirmada no início deste mês— chegou a elogiar a gestão federal e disse que o debate era de “cinco contra dois”, referindo-se aos demais candidatos contra ele próprio e o presidente. D’Avila criticou o PT em quase todas as suas participações —ainda que a pergunta tivesse a ver com o atual governo.
Apesar das provocações e de uma série de pedidos de direitos de resposta, o debate, que durou duas horas, foi morno. Apenas Bolsonaro teve três direitos de resposta —dois a partir de falas de Ciro Gomes (PDT) e outro, de Soraya.
Todos os candidatos criticaram a ausência de Lula –que lidera as pesquisas de intenção de voto– na chegada à emissora e principalmente no primeiro bloco do debate. O petista estava em um ato na zona leste de São Paulo.
Bolsonaro, que está em segundo lugar nas pesquisas, virou alvo no debate. Mas teve ajuda de Padre Kelmon, candidato do PTB que seguiu a agenda do presidente –elogiou a gestão federal, criticou cotas e países que são governados pela esquerda.
Soraya e Tebet foram as principais oponentes de Bolsonaro e foram acusadas de receber verbas do orçamento secreto –ambas negaram. A primeira fez uma provocação sexista e a segunda se disse cristã e citou o corte de despesas em merendas. Isolado, Ciro reclamou da polaridade entre Lula e Bolsonaro e do chamado “voto útil”.
O debate foi promovido pelo SBT, CNN Brasil, Veja, O Estado de S. Paulo, Nova Brasil FM e Terra neste sábado (24), —mas contou com a ajuda do Padre Kelman que virou escada para o presidente. (FSP)