sábado, 20 de abril de 2024
Euro 5.6195 Dólar 5.2768

OS CANDIDATOS E A BAHIA – ARMANDO AVENA

Redação - 18/08/2022 07:21

É fundamental que na campanha que começa esta semana os candidatos a governador apresentem suas ideias e propostas.  Digam, por exemplo, quais os seus projetos para educação, saúde e segurança pública e de que forma vão implementá-los. E seus planos para a economia baiana.

A Bahia é a sexta  economia do país, mas sua base produtiva permanece muito vinculada às commodities e dependente dos preços no mercado internacional. Grande parte do setor industrial e do agronegócio produz para exportar e, com isso, gera poucos desdobramentos no âmbito do emprego e da renda.   Pernambuco e Ceará tem PIB menor que a Bahia, mas suas economias são mais diversificadas, produtoras de bens finais e isso gera efeitos multiplicadores.  Nesse sentido é preciso saber a posição dos candidatos. Se pretendem a especialização baiana em commodities, como propõe algumas correntes, ou se vão tentar atrair investimentos na área de bens finais.

Que propostas tem eles para o segmento industrial e agroindustrial e de que forma pretendem inserir a Bahia no ciclo de investimentos pós industriais? E dizer também  o quanto do PIB vão aplicar em ciência e tecnologia, como vão estimular as startups e de que forma vão se articular com o Senai/Cimatec e nossas universidades? Aliás, as universidades estaduais e a UFBA  precisam integrar-se mais ao mercado, articulando-se com a indústria e o agronegócio e gerando conhecimento que se transforme em tecnologia e inovação.

Os candidatos precisam dizer como vão enfrentar a enorme deficiência de infraestrutura que existe em nosso estado, o que faz com que ao custo-Brasil se agregue o custo-Bahia que reduz enormemente a nossa competitividade. É preciso saber quais as propostas para o segmento ferroviário, o segmento portuário e as rodovias baianas. E isso inclui dizer o que vão fazer com a Ferrovia Centro Atlântica, a ponte Salvador-Itaparica e tanto outros projetos de infraestrutura.

E como será o enfrentamento da pobreza? E de que maneira serão  priorizados os recursos, orçamentários ou extra orçamentários e quanto se destinará  para estimular o desenvolvimento e a inovação  tecnológica  e o investimento em educação, fatores que determinam a competitividade no mundo moderno? Os candidatos precisam dizer como e se vão ampliar a transformação de bens no nosso território, verticalizar a produção, aumentar o conteúdo tecnológico, diversificar a base produtiva, estimular as startups, fazer um turismo profissional e colocar a infraestrutura certa no local certo e na hora certa.

Como o leitor já percebeu, este articulista está jogando na mesa dos candidatos uma série de problemas e propostas, na expectativa que eles se pronunciem e digam o que será prioritário em seu governo se ganharem as eleições. E não vale prometer tudo, afinal, como os recursos são escassos, quem diz que tudo será prioritário, está dizendo que nada será prioritário.

 

MELHOROU, MAS AINDA TÁ RUIM

Os indicadores da economia brasileira melhoraram no 2º trimestre de 2022. O desemprego caiu ficando em 9,3%. O PIB deve crescer 2% este ano.  E a inflação caiu no último mês por conta da redução dos preços administrados. Mas não dá para comemorar.  O PIB cresceu e o desemprego caiu porque a economia estava represada pela pandemia e vários setores só agora em 2022 se recuperaram. A inflação que baixou foi a da classe média, mas os preços dos alimentos e de itens básicos continuam subindo. A taxa de juros é uma das maiores do mundo, de quase 14% ao ano, e desestimula os investimentos. E para completar, o governo furou o teto da meta e vai ter um monumental problema fiscal ano que vem.

O VAREJO NA BAHIA SÓ CAI

O volume de vendas no varejo baiano caiu 4% no 1º semestre de 2022. Pode-se creditar o mau desempenho a inflação e ao aumento nos combustíveis e, efetivamente, as vendas nos supermercados e hipermercados caíram 3% e as de combustíveis quase 20%. Na Bahia, em muitos setores é a compra a crédito que viabiliza as vendas e os juros estão nas alturas, por isso, o setor de vestuário caiu 23% e as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram quase 30%. As vendas de veículos tiveram redução de 0,7% e de material de construção  3,4%. Só nas farmácias as vendas subiram, cerca de 13%. A situação deve melhorar um pouco no 2º semestre com o auxílio Brasil, mas só um pouco. Os dados são da SEI.

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.