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A POLÍTICA ECONÔMICA VIROU UMA ESPÉCIE DE FRANKENSTEIN 

admin - 04/08/2022 07:46 - Atualizado 04/08/2022

O Copom – Comitê de Política Monetária aumentou os juros em 0,5%, nesta quarta-feira, elevando a taxa Selic para 13,75%. Em pouco mais de um ano a taxa de juros brasileira foi multiplicada por sete.  E dificilmente este aumento o encerrará o ciclo de alta. Os juros não vão cair, pelo contrário, a previsão é de que aumentem ou fiquem nesse patamar até 2023. Há, é verdade, a melhoria de alguns indicadores, mas, perdoe-me o leitor ávido por um comentário otimista, são números frágeis embrulhados num pacote eleitoral.

A inflação, por exemplo,  desacelerou, mas através da queda dos preços administrados pelo governo, como combustíveis e energia, e ainda não está definida a sustentabilidade dessa redução. E, infelizmente, os preços da maioria dos produtos, especialmente alimentos, seguem em alta. E ainda vigora na economia um movimento inflacionário inercial do tipo: inflação alta gera inflação alta, porque os agentes econômicos tendem a fazer reajustes preventivos até ter certeza da queda generalizada de preços.

Além disso, os salários nominais estão crescendo desde o final de 2021, o que é bom para o crescimento econômico, mas tende a gerar novos reajustes nos preços. Para que possa haver um movimento de redução nos juros, o governo deveria estar dando sinais de que não haverá expansão de gastos públicos. Mas o que está correndo é o contrário, causando um dilema de política econômica que se expressa assim: o Banco Central aumenta os juros para tirar dinheiro da economia e assim reduzir o consumo e fazer a inflação cair, enquanto o governo expande os gastos jogando dinheiro no mercado e aumentando o consumo e a inflação.

O auxílio emergencial é fundamental para a população brasileira e precisa ser mantido para o ano de 2023, mas precisa  ser pago  com o corte de gastos e não com mais  despesas. E ainda tem o auxílio taxista, o auxílio caminhoneiro e os bilhões do orçamento secreto. Já a redução de impostos é conversa pra boi dormir, pois ela só existe  porque a inflação está inflando a arrecadação, afinal se os impostos estão aumentando é porque as empresas estão reajustando preços. Quando a inflação cair, a arrecadação vai cair também e o governo vai aumentar a tributação. Infelizmente, não há nos compêndios econômicos a possibilidade de combater a inflação mantendo o crescimento econômico.

Os Estados Unidos, por exemplo, já aumentaram os juros e já estão em recessão técnica. Mas o Brasil gosta do auto engano e assim os juros vão permanecer altos, para manter o patamar inflacionário. A política econômica do governo é um Frankenstein desencontrado, com o Banco Central  movendo o corpo para o lado dos juros altos e o governo para o aumento dos gastos públicos e do consumo. E tudo isso enrolado na perda de credibilidade fiscal. Por isso, os juros vão permanecer na estratosfera, pelo menos até 2023 quando assumir o novo presidente.

                                         O PREÇO DO M2 EM SALVADOR

 Os imóveis em Salvador têm preço do m2 bem inferior a capitais como Rio ou São Paulo e estão em nível mais elevado do que Fortaleza e Recife quando a comparação se dá nos bairros mais ricos de cada cidade. Enquanto os bairros chiques de Salvador, como Vitória, Horto Florestal, Barra e Ondina,  tem o preço do m2  variando entre R$ 13,3 mil a R$ 7,9  mil, nos bairros mais valorizados de São Paulo, como Jardim América, Jardim Panorama ou Vila Nova Conceição, o preço varia entre R$ 21,0 mil e R$ 24,5 mil. No Rio de Janeiro, o preço do m2 no Leblon e Ipanema atinge R$ 23,0 mil e R$ 21,9 mil, respectivamente.  Morar em um bairro chique do Rio é 80% mais caro do que em Salvador.

                                               EMPREGO NA BAHIA

 No 1º semestre de 2022, a Bahia criou 76 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Não foi um grande desempenho, no mesmo período do ano passado havia criado 70 mil novos empregos, mas há um movimento de recuperação econômica. Entre as cidades que mais geraram empregos, Salvador se destaca sendo responsável por 30% do total de empregos formais, seguido por Feira de Santana, Juazeiro, Alagoinhas e Lauro de Freitas. Vitória da Conquista, Camaçari e os municípios do Oeste, Luiz Eduardo Magalhães, Barreira e São Desiderio, vem a seguir. Emprego é sinônimo de atividade econômica e esses municípios têm economia mais diversificada e são líderes na formação do PIB baiano.

 

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