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INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO NA BAHIA ENFRENTAM CRISE FINANCEIRA

Redação - 02/08/2022 11:09

Com uma crise financeira maior que a prevista, o IFBA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia) deve suspender ainda este ano parte das atividades presenciais nas 22 unidades no estado, prejudicando 30 mil alunos de mais de 175 cursos. O corte de R$ 6,3 milhões nos cofres fez a instituição não ter recursos suficientes para pagar integralmente despesas com manutenção predial, limpeza, segurança, energia, água ou assistência estudantil. O planejamento de programas, projetos e pesquisas também já está sendo paralisado ou reduzido. “Neste cenário, a gente só consegue sobreviver até outubro, ou novembro. Vamos avaliar o que teremos que abandonar, o que a gente não vai pagar”, garante Jancarlos Menezes Lapa, reitor em exercício do IFBA.

A dificuldade financeira enfrentada pelas instituições federais de ensino no Brasil é resultado de severos cortes orçamentários. Em junho, o governo Bolsonaro retirou 7,25% da verba que estava prevista para o setor no país, o que representa uma perda de cerca de R$ 400 milhões. E o rombo só não foi maior porque houve reação da comunidade acadêmica. Na UFBA (Universidade Federal da Bahia), o cenário não é diferente. São menos R$ 12,8 milhões na conta, equivalente a 12,4% do valor originalmente previsto para este ano.

A falta de recursos provocada pelo arrocho federal já obriga a instituição a montar estratégias na hora de pagar contas básicas. “O corte tem sérias consequências, cria dificuldade para saldar pagamentos de contratos, obriga a rever serviços, obras etc”, explica João Carlos Sales, reitor da UFBA. A retomada das aulas presenciais trouxe o consequente aumento das despesas para as instituições de ensino. Diante dos cortes no orçamento, a situação se tornou ainda mais dramática.

Quem leciona ou estuda nessas instituições está preocupado. Não se sabe ao certo o que vai acontecer na metade do segundo semestre, principalmente para os estudantes de baixa renda, que dependem diretamente de serviços que podem ser afetados, como o Restaurante Universitário e o Buzufba, que garante transporte de graça entre as unidades. Apesar de todas as adversidades, a expectativa é que o malabarismo financeiro consiga manter a Universidade funcionando. “A UFBA não vai parar, vai continuar funcionando da forma que for possível, com restrições nos contratos. E continuará resistindo, lutando, mantendo as portas abertas, contra a restrição orçamentária e também contra o obscurantismo que leva a esse tipo de ação contrária ao interesse do ensino superior e a um projeto de nação com conhecimento e com liberdade”, diz Sales.

Foto: divulgação

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