O grupo Novonor (ex-Odebrecht) e o ex-presidente e herdeiro do conglomerado Marcelo Odebrecht chegaram a um acordo que coloca fim aos litígios entre a companhia e o executivo. A conciliação foi firmada na última quinta-feira, dia 7 de julho.
“Por meio de concessões recíprocas, que contaram com apoio de mediador profissional, Novonor e Marcelo Odebrecht alcançaram o consenso necessário para extinção dos processos iniciados em 2020”, diz a empresa em nota. A partir do acordo, Marcelo Odebrecht também deixou se ser acionista do grupo, onde já não exerce mais cargos.
Os conflitos entre Marcelo e a companhia, liderada por seu pai, Emilio Odebrecht, vieram à tona a partir de 2019 e culminaram na demissão do ex-presidente, por ordem de seu pai, e em diversas ações judiciais. O grupo acusava o herdeiro de “chantagear” os executivos para obter benefícios e Marcelo dizia que os ataques eram retaliações por sua delação premiada, acusava a gestão de conduzir a empresa com objetivo de esconder seus próprios ilícitos e não de recuperar os negócios do grupo.
Uma das ações judiciais travadas se deu em torno de um pagamento de R$ 52 milhões, cobrados pelo ex-presidente, que seriam referentes aos serviços prestados por Marcelo ao grupo entre 2013 e 2015, quando estava à frente do grupo. O pagamento foi acertado em um contrato, firmado em junho de 2017. Porém, a companhia depois conseguiu a anulação do pagamento. A empresa afirmou que ele teria conseguido a remuneração adicional por meio de coação aos executivos e que esta não teria tido validação devida pelo conselho de administração.
Em outra ação judicial, o grupo e o executivo entraram em disputa por conta de outro acordo, que previa o pagamento de R$ 143,5 milhões a Marcelo e seus familiares, a título de indenização por danos causados pelo processo de cooperação com a Justiça. O acordo foi assinado em novembro de 2016, na reta final das negociações da delação premiada do herdeiro. Com informações do jornal Valor Econômico.