CLUBES DE ASSINATURA REGISTRAM CRESCIMENTO DE 10%

Novas estratégias de negócios se consolidaram em 2020 em meio à pandemia, e uma delas foi a do clube de assinatura, que fideliza os clientes através da surpresa. De acordo com dados da Betalabs – especializada em soluções para e-commerce –, a modalidade de venda recorrente movimentou cerca de R$ 1 bilhão no ano passado e mais de três mil novos clubes foram criados no Brasil. Isso fez com o setor crescesse 10% no ano anterior, deixando os empreendedores com grandes expectativas para números ainda melhores em 2021.

“É uma tendência que tem dado muito certo, e, se o empreendedor souber fazer funcionar, a empresa cresce bastante. Porém é uma modalidade de negócio que exige inovação constante; do contrário, satura. É um tipo de serviço e produto que cresce surpreendendo o cliente a cada item recebido, por isso ser criativo é uma necessidade”, explica Fabrício Barreto, especialista em pequenos negócios do Sebrae, que salienta que o principal objetivo desses clubes é fidelizar o cliente.

O produto é uma surpresa, e para quem compra essa é a proposta de valor: ser surpreendido. E o custo-benefício para os clientes é claro, já que muitas vezes comprar um dos itens de forma avulsa, a depender do nicho do clube, pode chegar a ser mais caro do que a assinatura mensal. “A verdade é que o valor pago é mais pela experiência do que pelo produto, por isso ser surpreendido de forma positiva é um fator decisivo para que o cliente continue no clube”, explica o especialista.

Isso faz com que a logística seja de suma importância para a modalidade. O empreendedor já tem o pagamento antecipado como vantagem, mas, se não entregar uma caixa de produtos capaz de atender às expectativas do comprador, o negócio pode afundar bem rápido. Por isso, o melhor caminho para fazer dar certo é conhecer bem seu público e, de preferência, ser um deles, como é o caso da empreendedora, bacharel em direito e taquígrafa Rachel Lacerda, fundadora da Caprichá.

O clube de assinatura de kombuchas nasceu após ela ser instruída por sua nutricionista a aderir à bebida para regular o intestino. A empreendedora conta que amava o efeito da bebida, mas não do sabor da maioria que comprava. “Tomava como um remédio, então meu primeiro desafio foi criar uma kombucha totalmente natural e muito gostosa. O resultado foi tão incrível que precisei dividir com o mundo. As pessoas agora se preocupam mais com saúde e imunidade, e a pandemia fortaleceu o nosso clube, que cresceu mais de 50% no último ano”, ela conta.

A venda direta das kombuchas é exclusiva para membros do clube, que se associam pelo site www.caprichabrasil.com.br, com pacotes de 10, 20 ou 30 unidades que custam de R$ 140 a R$ 340, e a compra avulsa pode ser feita em lojas parceiras da marca. Quem também obteve bons resultados com clube de assinatura de bebida em meio à pandemia foi o empreendedor e bacharel em sistemas  Alex Carneiro Pires, com o Cerveja Salvador, especializada em diferentes rótulos de cerveja artesanal.

Criada em 2017, a empresa surgiu como uma loja virtual querendo difundir a cultura das cervejas artesanais. Em 2019, o clube de assinatura foi criado e em outubro de 2020 a loja física foi aberta no Rio Vermelho. O clube possui três planos – light, mix e lupulado –, e o cliente pode escolher entre dois ou quatro rótulos, com assinaturas que vão de R$ 39,90 a R$ 94,90. Sendo que para Salvador e Lauro de Freitas a entrega é gratuita e o frete é reduzido para as demais cidades.

“A demanda cresceu bastante na pandemia, as vendas no site aumentaram quase 300% em 2020 e dobramos a quantidade de assinantes. Isso fez inclusive com que precisássemos  ampliar nossa logística e contratar um funcionário para nos ajudar, já que antes da pandemia eu fazia tudo sozinho. Começamos 2021 já com a implementação do projeto de entrega de chopes em growler (tipo de garrafão) e estamos com a projeção de dobrar a quantidade de assinantes do nosso clube”, conta Pires.

Foto: divulgação