Segundo informações da quarta edição da pesquisa Onde Mora a Impunidade, do Instituto Sou da Paz 78% dos homicídios investigados na Bahia ficam sem solução. A pesquisa mostra a taxa de esclarecimentos sobre assassinatos e outros tipos de crime contra a vida no Brasil, em 2020. O levantamento foi divulgado no ano passado pela instituição, que tem o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) concedido pelo Ministério da Justiça. No ranking, a Bahia ocupa a 3ª posição de homicídios não solucionados, quando não é possível provar a autoria ou materialidade ou as duas condições, perdendo apenas para o Rio de Janeiro (86%) e Paraná (88%).
O objetivo do estudo é responder questões sobre a proporção dos homicídios dolosos que resulta em ações na Justiça em cada uma das unidades federativas do Brasil e quantos familiares de vítimas têm garantido pelo Estado o direito a uma resposta. “A delegada disse à minha esposa que a gente tinha que trazer mais informações para eles [a polícia], porque a polícia não tem recursos para ficar indo lá [no local do crime]. Isso para mim é descaso, falta de humanidade”, declarou o pai de Marco Gabriel, que pediu para não ser identificado na reportagem.
O filho dele estava no segundo ano do curso de engenharia em uma faculdade particular e era também Menor Aprendiz em um banco. No dia 07 de setembro do ano passado, Marco Gabriel e o amigo, Lucas Gabriel da Conceição dos Santos, que cursava radiologia, foram comemorar com os vizinhos a vitória do time local, em uma festa do tipo paredão na comunidade da Gomeia. Instantes depois, traficantes chegaram atirando aleatoriamente e os amigos foram atingidos. Os dois jovens eram filhos únicos.(Correio)
Foto: (Marina Silva/CORREIO)