terça, 30 de abril de 2024
Euro 5.5416 Dólar 5.1999

SAFRA DE GRÃOS DA BAHIA DEVE BATER RECORDE EM 2022, DIZ IBGE

Redação - 09/06/2022 06:55 - Atualizado 09/06/2022

Segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) feito pelo IBGE, os produtores de grãos da Bahia vão ter motivos para comemorar. Depois de atingirem o recorde de 10,5 milhões de toneladas em 2021, os agricultores do estado devem colher 864,6 mil toneladas a mais em 2022, chegando a 11,4 milhões de toneladas produzidas. É isso que aponta o. Um dado que faz a Bahia seguir a Bahia como  a sétima maior produção de grãos do país, colhendo 4,3% do total nacional.

Os números do LSPA indicam um crescimento de 8,2% na produção de grãos em terras baianas. Ascensão puxada pelo milho, com 90,8 mil toneladas colhidas a mais (+4,3%), e pela soja, com mais 130,7 mil toneladas (+1,8%). Produtor de milho de Jaguaquara, no sul do estado, Bernardino Santos afirma que a ampliação do recorde está ligada, principalmente, às condições climáticas favoráveis de 2022. “O clima favorável fez os produtores terem maior produtividade por hectare. As chuvas apareceram e favoreceram a produção. […] Quando o período é de pouca chuva, fazemos só um plantio por ano. No máximo, dois. Como 2022 está sendo bom de chuva, eu mesmo estou indo pro terceiro”, conta o produtor, que até abriu novas áreas para plantio nas suas terras.

No caso do milho, de acordo com o LSPA, houve aumento no rendimento médio, que passou de 4.773 kg/hectare para 4.979 kg/hectare. Com isso, a previsão é de uma safra 15,3% superior à do ano passado. A Secretaria de Agricultura do Estado (Seagri) foi procurada para falar sobre esse crescimento, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

O sucesso na produção do milho, da soja e de outros grãos em 2022 não se limita ao fator climático, segundo Luiz Stahlke, gerente de infraestrutura e agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Aumento da demanda e a produção pecuária influenciam na alta. “Temos maior demanda por grãos, principalmente soja e milho, porque fazem parte da ração animal. Frango, boi, porco e tudo que se consome de proteína precisa dessas fontes e, por isso, existe esse crescimento de produção. […] Além disso, a produtividade tem aumentado pelo clima e os investimentos do produtor no solo e no controle de pragas e doenças”, destaca Stahlke.

Produtor de grãos do oeste da Bahia, Paulo Schmidt detalha os investimentos citados pelo gerente da Aiba. De acordo com ele, o aumento consecutivo da produção por aqui é resultado de um processo de investimento. “O produtor baiano vem investindo pesado na produção tanto na parte de tecnologia como nos tratos culturais. Também vem melhorando toda a parte de treinamento de pessoas e isso tudo dá reflexo na produção. […]  O clima vem nos ajudando nos últimos dois anos, a lucratividade vem muito boa, porém os custos de produção estão muito altos”, cita Schmidt, alertando que isso pode prejudicar na próxima safra.

Nas primeiras safras do ano, no entanto, esse impacto ainda não apareceu. A Aiba destaca ainda que a situação da produção de grãos até então tem feito bem para a economia do estado e para a geração de emprego. “A gente tem um aumento grande no valor bruto da produção. As culturas da soja, do milho e algodão representaram R$ 28,5 bilhões de valor bruto da produção. Claro que tem o desconto dos custos de produção, mas é o que gira na Bahia. […] Aumenta também diretamente no emprego e também de forma indireta em prestação de serviço e comércios que dependem da agricultura”, pontua Stahlke, afirmando que a Aiba ainda não tem números dessa geração de emprego.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.