A Eletrobras já tem demanda mais que suficiente para viabilizar sua privatização. Investidores reservaram cerca de R$ 55 bilhões para a capitalização da empresa. A cifra supera os valores previstos pelo governo para a venda de ações, segundo fontes do mercado a par da operação. Os números finais ainda estão sendo fechados, já que o período de reserva se encerrou na quarta-feira. O preço da ação será definido nesta quinta.
Foram oferecidos ao mercado cerca de R$ 35 bilhões em ações, considerando uma oferta primária de 627,6 milhões de papéis e mais um lote adicional de 104,6 milhões de ações. Diante do apetite dos investidores, a maior empresa de energia da América Latina se tornará uma companhia privada, sem controlador definido, em um movimento que representa uma vitória para o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Haverá rateio entre as diversas categorias de interessados, como aplicações com FGTS, grandes investidores e varejo. Como se trata de uma privatização, os parâmetros da oferta preveem valor mínimo de ação, por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), e valor-alvo fixado pelo BNDES. O apetite dos investidores não se restringiu aos grandes fundos de investimento. A reserva de ações com recursos do FGTS por meio dos fundos mútuos de privatização ficou próxima de R$ 9 bilhões. O volume supera o teto previsto para a categoria, que era de R$ 6 bilhões. Em razão disso, eles também terão rateio.
As ações começarão a ser negociadas na B3 na próxima segunda-feira, quando os investidores pagarem os valores referentes à reserva. As ADRs (recibos de ações) na Bolsa de Nova York iniciam sua negociação na sexta-feira.
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