A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou o reajuste de planos de saúde individuais e familiares em até 15,5%, taxa recorde desde 2000. O aumento das mensalidades, no entanto, pode superar 40% para os clientes dos convênios médicos. Isso ocorre porque, além do reajuste anual, as operadoras são autorizadas a elevar as mensalidades quando há transição de faixa etária – o último aumento possível é aos 59 anos.
O cálculo foi feito pela equipe de cientistas liderada por Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e blogueiro do Estadão, e por Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O grupo se baseou em dados da ANS, que pela primeira vez divulgou valores comerciais dos convênios e operadoras. O levantamento foi publicado no blog Política&Saúde.
A média calculada com base em 3,5 mil planos, de 468 operadores, aponta que a alta nos preços pode chegar a 43,1% para aqueles que “migraram” da faixa etária de 54 a 58 anos para a de 59 anos ou mais – aplicável para os clientes que completam 59 até abril do ano que vem. Pelas regras da ANS, são dez grupos etários, cuja transição dá direito à operadora de subir o preço. Já para crianças e adolescentes, o reajuste é de 15,5%. Para os outros sete grupos de idade, as taxas variam entre 25,3% (34 a 38 anos) e 43,1% (59 anos ou mais).
Os planos individuais correspondem a aproximadamente 20% do total de contratos firmados com as operadoras da saúde suplementar. Os planos coletivos – contratados por associações, sindicatos, empresas, entre outros – podem ser negociados diretamente e não estão sob controle da ANS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Foto: Agência Brasil/Arquivo