sexta, 26 de abril de 2024
Euro 5.5474 Dólar 5.1673

SEM O APOIO DE ACM NETO E ZEMA, BOLSONARO NÃO CHEGARÁ AO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES.

Redação - 23/05/2022 09:21 - Atualizado 23/05/2022

Sem o apoio de ACM Neto e Romeu Zema, o presidente Jair Bolsonaro não chegará ao segundo turno das eleições presidenciais. A conta é simples: Minas Gerais e Bahia são  o 3º e o 4º maior colégio eleitoral do país e a vantagem do ex-presidente Lula nesses estados é tal que, no cenário atual, seria extremamente difícil Bolsonaro tirar essa vantagem em outros estados, até porque no Nordeste há pouco espaço. Dito isso, ou Bolsonaro consegue fazer seus candidatos – o senador Carlos Viana, em Minas, e o ex-ministro da Cidadania João Roma, na Bahia – deslancharem ou sequer estará no segundo turno.

Não é por outro motivo que a cúpula de campanha de Jair Bolsonaro vem debatendo a possibilidade de abrir mão de candidaturas do PL a governador em Minas Gerais e Bahia para se reaproximar de Neto e de Viana, segundo informa o jornal Valor Econômico.

Segundo o jornal, o senador Flávio Bolsonaro, coordenador da campanha de Bolsonaro e  o presidente do PL,  Valdemar Costa Neto teriam conversado nos últimos dias com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e com o deputado Elmar Nascimento, um dos escudeiros de ACM Neto.

Na Bahia a conversa não evoluiu e Nascimento disse a Valdemar que a possibilidade de aliança em primeiro turno era pequena, por conta da força do ex-presidente Lula no estado. Mas os emissários de Bolsonaro quiseram plantar uma ideia na cabeça de Neto: se a candidatura de João Roma for retirada, ele, Neto, ganha a eleição no primeiro-turno. A semente dificilmente vai florescer, afinal o ex-prefeito foge como o diabo da cruz da possibilidade de dividir o palanque com Bolsonaro no primeiro turno e não quer de forma alguma  “nacionalizar a disputa”.

Por isso, o aviso é claro: dificilmente haverá acordo no primeiro-turno, mas se a eleição baiana tiver segundo-turno, aí sim o caminho de Neto pode ser Bolsonaro. (veja aqui). Por enquanto, ACM Neto teria pouco a ganhar unindo-se à Bolsonaro, pois assim acabaria com a narrativa de imparcialidade com relação a eleição nacional, e faria com que  a polarização Lula/Bolsonaro chegasse à Bahia. Tudo o que o PT baiano quer.

Essa posição dos coordenadores da campanha de Bolsonaro enfraquece João Roma, que luta para se posicionar na disputa entre Jerônimo Rodrigues e Neto, e fortalece a narrativa do PT que procura colar a figura de Bolsonaro no ex-prefeito.

E quanto a ACM Neto, o que ele quer mesmo é que João Roma passe a ser uma espécie de linha auxiliar, preservando ele e batendo no PT. Mas isso não acontecerá, Roma aposta todas as suas fichas na polarização da campanha e na possibilidade de crescer no rastro de Bolsonaro. (EP – 23/05/2022)

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.