Trocar conhecimento é valioso. Circular com os próprios saberes, também. Esses dois ideais nortearam a Feira de Artesanato Indígena, que reuniu produtos de vários povos indígenas no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). A feira reuniu produtos de artesãos e artesãs dos povos indígenas Tupinambá, Tumbalalá, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Kiriri-Xocó, Xuku-Kariri, Kiriri, Tuxá, Xukurú e Funiô durante todo o final de semana.
A edição especial da Feira Artesanato da Bahia integra a segunda edição do projeto Abril do Artesanato Indígena, que, a partir do dia 29 de abril, vai contar na programação com a exposição fotográfica Resistência Pataxó, do fotógrafo Ricardo Prado, o Encontro de Artesãos e Artesãs Indígenas e a entrega de Carteiras de Mestres Artesãos.
Entre os produtos oferecidos na Feira, havia copos talhados à mão em madeira e a cerâmica em argila com pintura em Tauá (pigmento de argila em cor branca). Objetos de decoração como pinturas em madeira, trançado de fiada e tecida em aió, cocares, arcos e flechas, e os instrumentos musicais como maracas e apitos, entre outros.
O pequeno Pedro Lírio, 8 anos, pediu ao pai, Marco Aurélio, 42, para ir ao MAM e deu de cara com a Feira. Se deu bem e saiu de lá com um arco e flecha artesanais para chamar de seus. “Gostei muito!”, exclamou Pedro ao lado do pai, orgulhoso pelo programa dominical proposto pelo garoto.
Uma das expositoras foi Dica Pataxó, presidente da associação Mulheres em Ação, que funciona junto ao seu povo, na Coroa Vermelha, em Porto Seguro.
“A gente veio aqui participar dessa feira porque recebemos apoio. Trocamos saberes com outros parentes, outras etnias, encontramos parentes. Dei oficina para quem não quem não sabia. Essa troca de conhecimento é importante para mantes nossos saberes vivos”, disse Dica, que se mostrou feliz com as vendas nos dois dias de evento.
Foto: Marina Silva/CORREIO