Segundo dados divulgados pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,97% na Região Metropolitana de Salvador (RMS) em abril. Número abaixo do registrado em março (1,06%) que fez da região a única a mostrar redução entre as 11 áreas que foram pesquisadas de forma separada em todo o país (Veja aqui). Em janeiro e fevereiro, a RMS tinha registrado inflação de 1,08% e 0,91% respectivamente.
A desaceleração, no entanto, não reduziu também o volume de gastos no orçamento dos moradores da RMS. A mesma pesquisa do IBGE que registrou a desaceleração do IPCA-15 verificou que nenhum grupo de produtos dos nove analisados registrou redução. Oito deles, inclusive, apresentaram preços mais caros. Alimentação e bebidas com aumento de 2,02%, panificados com 5,39%, tubérculos, raízes e legumes com 7,28% e habitação com 1,70% são os principais vilões do orçamento de quem vive na RMS. A cenoura, citada pela estudante, é o produto que mais disparou, com 19,49% de aumento.
O economista da Fecomércio-Ba, Guilherme Dietze explica porque os preços não estão caindo, mesmo com a redução da inflação de maneira geral. “Uma desaceleração não significa queda de preço, que está subindo quase 1% na região e ficou muito próximo do registrado em março. Ainda está aumentando muito para os consumidores. Houve crescimento nos valores do que mais pesa para o consumidor: alimentação, transporte, habitação. Por mais que outros grupos desçam, não tem como sentir alívio em abril”, diz em entrevista ao Correio.
Ainda de acordo com Dietze, por conta do momento de altos preços em diversos setores de consumo, seria preciso uma redução relevante na inflação para ver o resultado disso nos principais grupos de produtos. “Mesmo com uma acomodação ou uma redução pequena, estamos falando de um patamar muito elevado [na inflação]. Se você tiver essas pequenas variações, não muda muito no bolso do consumidor porque já está tudo muito caro. Precisaria de uma redução maior, mas o cenário não indica isso”, afirma o economista, fazendo uma projeção.
O alívio não chegou no bolso muito porque, mesmo com o resultado de abril, o IPCA-15 acumula alta de 4,09% no ano de 2022 na RMS. Isso porque, até março, a RMS registrou um acumulado de 4,31% na inflação, o maior do Brasil. Com o resultado atual, a região metropolitana deixa ser a que tem o acúmulo mais alto, caindo para a 3º dentre as 11 RM pesquisadas, ficando atrás apenas das regiões metropolitanas de Curitiba/PR (5,32%) e do Rio de Janeiro/RJ (5,03%) e o município de Goiânia/GO (4,87%).
Foto: divulgação/correio