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POSSÍVEL COMPARSA DO “FARAÓ DOS BITCOINS” DEVE SEGUIR PRESO

admin - 28/04/2022 13:40 - Atualizado 28/04/2022

Um possível comparsa do “Faraó dos Bitcoins”, que contratava integrantes do grupo de extermínio, foi mantido preso em uma decisão dada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na fundamentação da decisão, o ministro que cuida do caso analisou as provas dos autos, que revelam parte das investigações policiais deste complexo caso. Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, foi preso em agosto de 2021 pela Operação Kryptos. No primeiro momento, ele foi acusado apenas de crimes contra o sistema financeiro nacional e pirâmide.

Autoridades federais investigam que ele movimentou bilhões de reais de clientes enquanto a GAS Consultoria, sua empresa, funcionou. Contudo, a Região dos Lagos no Rio de Janeiro viu crescer episódios de violência meses antes da prisão de Glaidson, com dois casos ganhando repercussão. E um deles é um atentado contra Nilson Alves (“Nilsinho”), um concorrente do faraó que pediu que pessoas de Cabo Frio parassem de investir na GAS, afirmando publicamente que essa empresa estava para cair a qualquer momento. Ele também operava um possível esquema similar e já atrasava saques quando, em março de 2021, levou vários tiros e quase morreu.

Ao investigar o caso, a Polícia Civil do Rio de Janeiro chegou a Thiago de Paula Reis, que teve mandado de prisão expedido em dezembro de 2021. Em uma decisão recente sobre um episódio de extrema violência envolvendo o “Faraó dos Bitcoins”, o STJ julgou um pedido de liberdade de um possível braço direito do empresário em seus supostos crimes. O caso foi analisado pelo Ministro Joel Ilan Paciornik, que percebeu nos autos da investigação um elaborado esquema que envolve a criação de um grupo de extermínio em Cabo Frio.

A defesa declarou que a prisão deveria ser desconsiderada, visto não haver provas que fundamentavam a decisão. Além disso, que o suspeito Thiago deveria ser considerado inocente até que se prove o contrário, visto que ele detém “condições pessoais favoráveis”. Ao analisar o pedido, entretanto, o ministro percebeu que o caso é complexo e envolve um grupo de extermínio. Segundo os autos, Thiago Reis é o responsável por contratar os homens que tentaram matar Nilsinho.

“No caso, verifica-se que a prisão preventiva foi adequadamente motivada com base em elementos concretos extraídos dos autos, restando demonstrada a elevada periculosidade social do agente e a gravidade concreta da conduta, haja vista que o recorrente, diretor de planejamento comercial de empresa de consultoria e investimento concorrente da vítima, a mando do corréu Glaidson – preso preventivamente no bojo da Operação Kryptos, denunciado como líder de uma organização criminosa direcionada à prática de crimes financeiros gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e oferecimento de contrato de investimento coletivo sem autorização dos órgãos competentes –, contratou os corréus Fabio, Rodrigo, Chingler e Rafael para ceifar a vida do ofendido, tendo em vista que estava atrapalhando a captação de clientes para investimentos em criptomoedas. A vítima foi cercada em seu carro, em via pública e em horário de grande circulação de pessoas, e alvejada com tiros no pescoço e coronhadas na cabeça, todavia, foi socorrida a tempo e sobreviveu aos ferimentos, circunstâncias que demonstram risco social.“

Foto: divulgação

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