A pesquisa eleitoral de intenção de voto para o governo da Bahia, realizada pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado na última segunda-feira (25) não traz grandes modificações, mas, comparada com a pesquisa anterior do mesmo instituto, traz inferências importantes. Senão vejamos.
- É nítida a constatação de que a intenção de voto do ex-prefeito ACM Neto está cristalizada na faixa dos 55%, variando apenas na margem de erro, pois na pesquisa de novembro de 2021 estava com 56,2% e na de abril de 2022 crava 55,4%. Com esse desempenho, Neto ganha no primeiro turno, e será necessário um trabalho forte por parte dos seus adversários para fazer refluir seus percentuais de intenção de voto, sendo necessário a explicitação do apoio dos candidatos à presidência aos candidatos baianos, no caso Lula e Bolsonaro, para assim tentar atingir a imagem do ex-prefeito junto ao eleitorado.
- O desempenho de Jerônimo Rodrigues é expressivo, pois em apenas um mês após o lançamento do seu nome, atingiu o patamar de 16% dos votos, mas esse desempenho deve-se exclusivamente ao partido e não ao candidato. Ou seja: o PT tem um eleitorado fiel na Bahia que gira em torno de 25% e não importa quem seja o candidato esse eleitor segue o partido. Assim, na próxima pesquisa Rodrigues deverá atingir o patamar de 23%, registrado por Wagner na pesquisa do mesmo instituto em novembro de 2021. Mas é preciso estar consciente de que apenas com os votos do partido não será possível transformar o candidato em governador da Bahia. Será preciso construir a imagem de Jerônimo Rodrigues, como um nome competente e como o candidato de Lula. Aqui, a dúvida é até que ponto o candidato do PT poderá crescer e se Lula, que mira os olhos na eleição presidencial, estará disposto a bater em ACM Neto queimando as possibilidades de um apoio num eventual segundo turno. Destaca-se também que Jerônimo ganha um apoio fortíssimo junto a Lula com a ascensão de Sidônio Palmeira como marqueteiro do ex-presidente e de Wagner como um dos coordenadores da sua campanha.
- É expressivo também o desempenho do candidato João Roma, que na pesquisa anterior marcou 5,2% das intenções de voto, e na última pesquisa atingiu 10,1%, praticamente dobrando sua pontuação e demonstrando capacidade de crescimento. Note-se que esse eleitorado, também é cativo do bolosnarismo e inclui os quase 3% que votava em Raissa Soares na pesquisa anterior. Ainda assim, há espaço para o crescimento da candidatura, mas a dúvida aqui é até onde Roma pode crescer junto ao eleitorado da Bahia, nitidamente avesso à Bolsonaro.
- Continua alto, em torno de 15%, o percentual de eleitores que não escolheu candidato ou que não pretende votar em nenhum desses, o que significa que existe um grande número de eleitores a ser conquistado. (EP- 27/04/2022)