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PLANO DE SAÚDE INDIVIDUAL PODE SUBIR 16%, A MAIOR ALTA EM 23 ANOS

Redação - 24/04/2022 07:58

Os planos de saúde individuais devem ficar quase 16% mais caros, segundo estimativas do setor. O reajuste oficial referente ao período de maio de 2022 a abril de 2023 ainda não foi divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mas deve ser anunciado até junho. Se confirmada, essa seria a maior alta desde 2000, quando entrou em vigor o modelo atual de reajuste. O percentual mais alto autorizado pela ANS até hoje foi de 13,57% em 2016.

Em 2021, pela primeira vez, os planos individuais tiveram reajuste negativo (-8,19%). Isso aconteceu principalmente devido à queda na utilização dos serviços da saúde suplementar e a consequente redução das despesas assistenciais em 2020 em virtude da pandemia. Para determinar o reajuste anual, a ANS leva em conta a variação das despesas com atendimento aos beneficiários de planos de saúde (com peso de 80% sobre o cálculo) e a inflação acumulada no ciclo anterior (com peso de 20%).

Uma vez anunciado o percentual máximo de reajuste, as operadoras poderão subir os preços dos planos individuais a partir data de aniversário do contrato –isto é, no mês de contratação do plano. A alta poderá acontecer até abril de 2023. O reajuste divulgado pela ANS não vale para planos coletivos empresariais e por adesão. Segundo a agência reguladora, 8,9 milhões de pessoas têm planos individuais de saúde no Brasil.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) estima que o reajuste para 2022 será de 15,8%. “Em 2021, as despesas superaram e muito as de 2020, como resultado da elevada taxa de ocupação hospitalar ocasionada por dois principais motivos: a retomada dos atendimentos adiados no ano anterior e a segunda onda da Covid-19, muito maior do que a primeira”, afirma a associação.

Segundo a Abramge, a inflação mundial de insumos (materiais, equipamentos e medicamentos) e a alta do dólar também impactaram o setor. A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) projeta um reajuste de 15,7%, com base na atual metodologia de cálculo e nas informações das operadoras até o quarto trimestre de 2021.

“O aumento de itens diversos, como o preço de medicamentos e insumos médicos, a forte retomada dos procedimentos eletivos, o impacto de tratamentos de Covid longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos, impactam diretamente no reajuste”, diz.

A FenaSaúde afirma ainda que, se confirmada a projeção, o reajuste total nos dois últimos anos ficaria em 6,22% (considerando a queda de preços em 2021), abaixo da inflação geral acumulada no período, que passa de 16%.

Veja o histórico de reajustes dos planos de saúde individuais pela ANS

  • Ano; Reajuste
  • 2021; -8,19%
  • 2020; 8,14%
  • 2019; 7,35%
  • 2018; 10%
  • 2017; 13,55%
  • 2016; 13,57%
  • 2015; 13,55%
  • 2014; 9,65%
  • 2013; 9,04%
  • 2012; 7,93%
  • 2011; 7,69%
  • 2010; 6,73%
  • 2009; 6,76%
  • 2008; 5,48%
  • 2007; 5,76%
  • 2006; 8,89%
  • 2005; 11,69%
  • 2004; 11,75%
  • 2003; 9,27%
  • 2002; 7,69%
  • 2001; 8,71%
  • 2000; 5,42%

Foto: divulgação

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