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‘SURPREENDENTE’: ECONOMISTA COMENTA DIFERENÇA ENTRE A CRIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO ENTRE OS FEVEREIROS DE 2022 E 2021

Redação - 31/03/2022 16:30 - Atualizado 31/03/2022

por Gabriela Marotta

Os números da geração de empregos formais na Bahia foram positivos para fevereiro. O estado registrou 12.548 pessoas trabalhando com carteira assinada no mês, um aumento de 0,7% em relação ao mês anterior (Veja aqui). No entanto, o dado é menor quando comparado com o ano anterior, epicentro da segunda onda da pandemia do coronavírus, quando foram criados 19.041 postos. Essa diferença foi “surpreendente” inclusive para o economista da SEI, Luiz Lobo, ouvido pelo portal Bahia Econômica.

“Voltando o olhar lá para o primeiro trimestre de 2021, observou-se um surgimento líquido de 43.350 empregos com registro em carteira na Bahia segundo o Caged. Fato surpreendente, diga-se de passagem. Ainda mais inquietante é que se tratava, à época, do melhor resultado para um trimestre desde o início da década passada (com as ressalvas da mudança na forma de captação dos dados ocorrida em janeiro de 2020”, avaliou Lobo, acrescentando que o mês de fevereiro daquele ano havia sido o mês de maior saldo de todo o ano de 2021.

Porém, o economista faz a observação de que, o início de 2021 marcava a primeira flexibilização da pandemia, quando os números relacionados à covid tiveram leve queda, o que permitiu a economia baiana voltar a se movimentar, principalmente comércio e serviço, o que melhorou as expectativas e possibilitou um aumento quase imediato de dinamismo econômico. “Não à toa, portanto, na Bahia, os primeiros meses daquele ano contaram com um saldo de postos de trabalho realmente bastante significativo”, afirmou Lobo.

Ainda no comparativo entre os meses de fevereiro de 2022 e de 2021, pode-se observar que todos os cinco grandes setores de atividade econômica apresentaram saldo positivo tanto hoje quanto um ano atrás. O setor de Comércio, no entanto, apesar do resultado positivo, exibiu um desempenho recente aquém do que o de um ano antes, sendo o setor com a principal perda de dinamismo no quesito geração de postos de trabalho. “Certamente, a realidade atual marcada por uma relevante perda de poder de compra por parte da população, decorrente de índices inflacionários elevados e por uma concentração das contratações nos postos de menor retorno financeiro (os de até um e de um a dois salários mínimos) ajudam a explicar o freio no ímpeto a contratar do referido setor, afetando, por tabela, a geração de postos da economia local como um todo”, explica o economista.

Ainda nessa base de comparação, para efeito de contextualização, os segmentos de Indústria geral e de Serviços também exibiram um menor desempenho no mês mais recente. Por outro lado, Agropecuária e Construção foram os setores que contaram com saldo maior em fevereiro deste ano do que em fevereiro do ano de 2021 – resultados, entretanto, insuficientes para suplantar a redução dos saldos observados nos outros três grandes setores.

“É importante salientar que apesar de um menor saldo agora do que outrora, não significa dizer que o resultado mais recente foi ruim ou que merece ser desconsiderado. Pelo contrário, contar com a abertura líquida de mais de 12 mil postos formais de trabalho em um determinado mês se configura, sem dúvida alguma, num resultado excelente”, conclui Lobo.

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