Desde os primeiros meses de vida, bebês devem cumprir o calendário vacinal tomando os imunizantes recomendados. Apesar da informação não ser novidade, a cobertura vacinal na Bahia está em queda, um dado que causa espanto nos especialistas em saúde. Pelo menos nove das 14 vacinas de rotina até os 4 anos estão em redução do número de doses aplicadas quando se observa os números desde 2015 – primeiro ano da série histórica – até 2021. As doses atrasadas representam 64% do total que deveria ser aplicado. A BCG, que protege contra a tuberculose, é a que mais teve diminuição na adesão, com um declínio de 47%.
A BCG é de aplicação única e é recomendada a partir do nascimento até os 5 anos de idade. Enquanto que em 2015 a cobertura vacinal era de 102%, ou seja, maior do que a quantidade de crianças que deveriam ser imunizadas no estado, nos últimos seis anos vem ocorrendo uma queda progressiva. Em 2021, a cobertura estava em 55%, segundo dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).
O pediatra e imunologista Celso Sant’Anna explica que o risco da baixa adesão às vacinas é que doenças até então controladas no país podem voltar a ser preocupações sanitárias. No caso da BCG, apesar da vacina não proteger contra a infecção pela tuberculose, impede que casos graves se desenvolvam. A segunda vacina com maior queda na adesão no estado é a hepatite A. Sua diminuição foi de 41% em seis anos, chegando à cobertura vacinal de 53% do público-alvo no ano passado.
“Quando o esquema vacinal não é obedecido, as doenças passam a ocorrer com reflexos dramáticos para as crianças. A coqueluche, por exemplo, tem casos gravíssimos com sequelas, quando não óbito de crianças não vacinadas. A poliomielite já foi uma tragédia, mas pode voltar a ressurgir em função dos baixos índices”, diz o médico.
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