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A GASOLINA VAI SUBIR NO BRASIL COM A GUERRA NA UCRÂNIA?

Redação - 09/03/2022 07:02

Numa semana em que o barril do petróleo bateu em US$ 139, no maior patamar de preços em 14 anos, e os Estados Unidos anunciaram um boicote às importações de petróleo da Rússia, o consumidor inevitavelmente se pergunta: o preço da gasolina vai subir no Brasil?

Normalmente, a resposta seria direta e reta: sim, pois a Petrobras reajusta seus preços no mercado interno levando em conta a cotação do barril no mercado internacional e a variação do câmbio, já que o petróleo é precificado globalmente em dólares.

No entanto, no momento atual, paira uma grande incerteza sobre o que vai acontecer com os preços da gasolina, diesel e do gás de cozinha no Brasil. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro (PL), mirando a campanha à reeleição, já indicou que não deve deixar a estatal brasileira repassar integralmente a alta do petróleo no mercado internacional aos preços do mercado interno.

O governo analisa dois caminhos possíveis para limitar a alta dos combustíveis: congelar os preços por até seis meses, deixando a conta para a Petrobras, que teria suas margens comprimidas ao vender os combustíveis mais baratos do que os custos de importação.

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Essa medida, no entanto, precisaria ser aprovada pelo conselho de administração da empresa, onde pode haver resistência dos acionistas minoritários, que sairiam prejudicados com uma corrosão dos lucros da petroleira. Um segundo caminho seria o Tesouro Nacional subsidiar os combustíveis, usando para isso os recursos dos dividendos pagos pela Petrobras à União. Em fevereiro, a empresa anunciou a distribuição de R$ 101,4 bilhões em dividendos referentes ao resultado de 2021 – o maior da sua história -, com cerca de 28% deste montante sendo destinado à União.

Nenhum dos caminhos agrada o mercado. O congelamento de preços penalizaria o valor da Petrobras e os acionistas minoritários. Já o subsídio teria impacto negativo para o equilíbrio das contas públicas. “Um barril que se aproxima dos US$ 150 é um grande desafio para a Petrobras, porque, para ela, o petróleo é parte dos custos. Quanto mais alto o preço do barril do petróleo e ela não conseguir repassar esses preços ao consumidor, menor se tornam as suas margens”, observa Alê Delara, sócio-diretor da corretora de commodities Pine.

“É o que está acontecendo hoje com a defasagem próxima a 40% no preço dos combustíveis pela paridade de importação. Então o governo está criando algum mecanismo para subsidiar os preços para que essa inflação não chegue ao consumidor.”

Foto: divulgação

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