Uma Amazônia com campos avançando sobre a floresta, alta mortalidade de árvores, secas intensas, chuvas extremas, incêndios florestais mais frequentes, perda de biodiversidade e emissão de gás carbônico maior do que a capacidade de absorção. Tudo isso já está ocorrendo, mas tende a se acelerar ainda mais caso as mudanças climáticas globais e o avanço do desmatamento, ambos resultados da ação humana, não sejam contidos, adverte o segundo volume do sexto relatório do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU, divulgado nesta segunda-feira (28).
A Amazônia ocupa um lugar de destaque no estudo, realizado por 270 cientistas de todo o mundo. Para analisar a situação da maior floresta tropical do mundo, o IPCC se baseou em dezenas de artigos acadêmicos sobre a crise climática na região tanto para descrever impactos já verificados quanto para projetar cenários climáticos. No geral, o IPCC aponta uma combinação explosiva entre as mudanças climáticas globais, provocadas pela emissão de gases de efeito estufa, e os efeitos provocados pela expansão agropecuária e a abertura de estradas, que provocam a fragmentação e a degradação da floresta no entorno.
“Na Amazônia, o desmatamento exerce uma influência sobre incêndios florestais que pode ser mais forte do que a mudança climática”, diz o relatório.
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