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AUSÊNCIA DO CARNAVAL DEIXA CLIMA DE NOSTALGIA NOS CIRCUITOS DA FOLIA

admin - 28/02/2022 07:01 - Atualizado 28/02/2022

Quem passa pelas ruas dos circuitos de Carnaval neste final de fevereiro não reconhece o cenário que encontra. Não tem ambulante, não tem isopor, não tem arquibancada e camarote, não tem vai e vem de foliões. Só mesmo uma pandemia de covid-19 para impedir que a maior festa popular de Salvador aconteça. Enquanto se espera mais um ano, fica o vazio deixado nas ruas e a saudade da folia.

Nesta segunda (28), a tradicional Mudança do Garcia, que existe há mais de oito décadas, estaria levando seu protesto bem humorado do fim de linha do bairro até o Campo Grande. Dona Sônia Barbosa, de 74 anos, mora bem no meio do percurso e é apaixonada pela agitação. Todo ano, ela decora a varanda do prédio, que fica na Avenida Leovigildo Filgueiras, e mesmo sem festa, ela faz questão de enfeitar a casa.

“Tem mamãe-sacode, máscaras na parede, caretas, colares, sombrinhas. Eu viajei e voltei na segunda, então, para não ficar em cima da hora, já deixei tudo pronto desde antes da viagem. E todo ano tem uma coisa nova, viu? Não é tudo igual. Neste ano mesmo eu fui em Feira de Santana comprar máscaras neon, tem amarelo, verde, rosa e laranja”, conta.

Dona Sônia diz que faz questão de decorar todo ano e que sua varanda já é conhecida no prédio e na rua. “Eu me sinto viva, é meu jeito de dizer para as pessoas que estou viva também, ainda mais com esses tempos difíceis pelos quais estamos passando, tem que ter um pouco de alegria. Se não tem Carnaval na rua, eu trago a festa para a minha casa. Eu mesma fico aqui sentada na varanda admirando. E as pessoas gostam, minha varanda já é conhecida no prédio e na rua”, diz.

A aposentada mora no Garcia há 40 anos e conta que nunca perdeu uma Mudança. “Eu adoro uma festa, uma bagunça, reunir as pessoas. Enquanto eu estiver aguentando, eu faço festa. Reúno minhas amigas e minha família, minha casa enche, vem gente do interior passar Carnaval aqui, a gente faz feijoada. E não fico só de camarote, eu desço e vou até lá na frente; também vou no Campo Grande, nos camarotes de Ondina. Tendo música e gente animada, eu estou no meio!”, conta a aposentada.( Correio)

Foto: (Marina Silva

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