Os mercados de câmbio pararam para respirar nesta quarta-feira, após algumas sessões agitadas, abalados pelos últimos acontecimentos com a crise na Ucrânia e as sanções impostas por várias nações contra a Rússia, entre elas EUA, Alemanha União Europeia e, mais recentemente, nesta quarta-feira, Japão e Austrália. O dólar neozelandês saltou 0,52%, depois que o Reserve Bank of New Zealand aumentou as taxas de juros e disse que mais aperto poderia ser necessário.
O euro se manteve estável em US$ 1,1325, a libra esterlina foi fixada em US$ 1,3593. Os portos seguros iene e franco suíço foram afetados, com queda acentuada, já que os investidores ainda esperavam que uma guerra pudesse ser evitada. As nações ocidentais e o Japão puniram a Rússia com novas sanções, por ordenar tropas em regiões separatistas do leste da Ucrânia, e ameaçaram ir mais longe se Moscou lançasse uma invasão total a seu vizinho. Um dólar americano valia 115,03 ienes no comércio da Ásia, e 0,9204 francos. “Apesar das sanções à Rússia, a reação cambial foi bastante silenciosa”, avaliou Carol Kong, estrategista do Commonwealth Bank of Australia.
Segindo ela, a reação moderada do mercado e as quedas do dólar e do iene durante a noite “indicam que os participantes do mercado não estão realmente preocupados com as tensões Rússia-Ucrânia, e certamente não esperam que se espalhem a ponto de afetar as perspectivas econômicas globais”. Os altos preços da energia, em parte resultado da situação na Ucrânia, e de outras commodities ajudaram o dólar australiano a subir para US$ 0,7241, nesta quarta-feira, seu maior valor em quase duas semanas.
O petróleo subiu para quase US$ 100 o barril, na terça-feira, devido a preocupações de que a crise na Ucrânia possa causar interrupções no fornecimento, e atingiu seu nível mais alto desde 2014. Esses preços mais altos também estavam afetando a Europa, e o dólar caiu 1,3% em relação à coroa norueguesa, na terça-feira. Na frente monetária global, o Reserve Bank of New Zealand deu aos investidores um lembrete de que a política do banco central ainda era um fator importante nas moedas. Embora sua alta de 25 pontos-base, a terceira consecutiva, fosse amplamente esperada, o banco central revelou que chegou perto de avançar 50 pontos-base para evitar uma nova alta nas expectativas de inflação. Também revisou drasticamente para cima a trajetória projetada para a taxa de câmbio oficial (OCR) para um pico de 3,35%, de 2,6% anteriormente e bem acima das expectativas do mercado.
Foto: Xaume Olleros