O Brasil registrou aumento nas taxas de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 em 11 estados e no Distrito Federal, informou a Fiocruz em boletim divulgado nesta quarta-feira (26). O maior aumento na ocupação em pontos percentuais foi no DF, que também registrou a pior taxa de ocupação: 98%. Na semana passada, o índice era de 74%. O crescimento foi igual ao do Amapá, que viu aumento de 45% para 69% nos leitos intensivos ocupados.
Com o acréscimo de leitos, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco registraram queda nas ocupações; Pernambuco, entretanto, continua na zona de alerta crítico, com 81% dos leitos ocupados. Ao todo, 6 estados e o DF têm alerta “crítico” no nível de ocupação dos leitos. Outros 12 estados ficaram na zona de alerta intermediário, e apenas 8 não entraram na zona de alerta.
Estados com ocupação crítica nos leitos de UTI:
Espírito Santo, Goiás e Pernambuco já tinham alerta crítico na ocupação dos leitos na semana passada.
Estados com nível de alerta intermediário na ocupação dos leitos de UTI:
Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Roraima e Tocantins já estavam com alerta intermediário na semana passada. Mato Grosso deixou a zona de alerta crítico, caindo na zona de alerta intermediário.
Ocupação nas capitais
Entre as 25 capitais com taxas de ocupação divulgadas, 9 estão na zona de alerta crítico:
As outras 14 capitais com dados divulgados estão na zona de alerta intermediário:
Situação está ‘nitidamente piorando’, dizem pesquisadores
Ao divulgar os dados, os pesquisadores do observatório pontuaram que a situação da pandemia no país está “nitidamente piorando, embora o avanço da vacinação ajude a desenhar um quadro diferente do de outros momentos mais críticos da pandemia”. “Não se pode ignorar que o quadro está piorando, apesar de estar claro que o cenário com a vacinação é muito diferente daquele observado em momentos anteriores mais críticos da pandemia, nos quais se dispunha de muito mais leitos”, apontam os cientistas. Eles salientaram que, como a variante ômicron é bastante transmissível, mesmo que haja uma proporção menor de casos graves – graças à vacina –, se muitas pessoas se infectam, a quantidade que acaba precisando de um leito de UTI também cresce.
Além disso, ainda há uma parte da população que não recebeu a dose de reforço e, também, não recebeu nenhuma dose de vacina. O Brasil tem, hoje, 69% da população com duas doses (ou a dose única) de vacina. “Em pleno verão, são comuns os registros de aglomerações, a negligência com o uso de máscaras de boa qualidade, bem como o desrespeito à necessidade de isolamento por tempo adequado na ocorrência ou suspeita de ocorrência da infecção”, afirmam os pesquisadores. “É fundamental empreender esforços para avançar na vacinação e controlar a disseminação da Covid-19, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos”, avaliam.
Foto: Fiocruz