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ANEEL PEDE AO ONS PARA REDUZIR GERAÇÃO DE TERMELÉTRICAS

admin - 25/01/2022 09:20 - Atualizado 25/01/2022

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pediu formalmente para o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduzir a geração de energia por termelétricas, mais cara, diante da constatação de que grandes hidrelétricas estão jogando água fora sem produzir energia. Responsáveis por 20% da capacidade de geração hidrelétrica no país, as usinas Belo Monte e Tucuruí, no Pará, e Sobradinho, na Bahia, literalmente jogam água fora por conta dos limites de escoamento de produção de eletricidade no Norte/Nordeste para o centro-sul do país — enquanto o ONS privilegia a geração por termelétricas.

Ofício de superintendentes da Aneel ao qual o GLOBO teve acesso confirma que há um cenário de “excepcionalidade frente ao vertimento turbinável já praticado desde início de janeiro” nas hidrelétricas do Pará e na Bahia, situação que deve se repetir em mais hidrelétricas da cascata do Rio São Francisco (na qual se inserem Sobradinho e outras usinas do Velho Chico, como Xingó e Paulo Afonso).

Aumento de custos

No documento da Aneel, os técnicos dizem que há uma “concorrência dessa geração hidráulica com o despacho termelétrico antecipado” de uma termelétrica de Sergipe e que isso gera custos para os consumidores. Por isso, a Aneel defende a redução da geração de energia da termelétrica para reduzir o impacto para os consumidores.

A termelétrica Porto Sergipe tira espaço das hidrelétricas nas linhas de transmissão. Ela custa R$ 12,6 milhões por dia, R$ 378 milhões por mês. A cifra é paga por todos os consumidores nas contas de luz, numa evidência das limitações que perduram na infraestrutura e na gestão do sistema elétrico, como mostrou ontem o GLOBO. Por isso, a Aneel pede a redução da geração dessa termelétrica e que isso não seja compensado por outras usinas desse tipo no Sudeste do país. Elevou as contas de luz: TCU aponta série de falhas do governo na condução da crise hídrica

“De modo a assegurar a redução de custos indicada, é indispensável que o ONS garanta que não haverá, dentro dos limites estabelecidos pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), uma geração termelétrica por garantia energética no subsistema Sul e Sudeste/Centro-Oeste com vistas a compensar a redução esperada na UTE Porto do Sergipe”, afirma o ofício da Aneel. A agência reguladora destaca que essa prática “caracterizaria aumento de custos para os consumidores, indo de encontro ao objetivo pretendido com a redução de geração solicitada”.

Foto: divulgação

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