Definitivamente, covid-19 não combina com cruzeiros. O volume de casos da doença a bordo dos navios e as diversas queixas de passageiros (e até de tripulantes) mostram que muito se fez para liberar a atividade e pouco adiantaram as medidas protocolares preconizadas pelas autoridades sanitárias e prontamente assumidas pelas companhias.
O resultado está aí: as próprias companhias do setor optaram por suspender novos embarques até 21 de janeiro, após recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E, a depender da evolução dessa nova fase da pandemia, pode haver a recomendação de que a suspensão desse tipo de viagem vá além de 21 de janeiro.
No último dia 4, após o início do desembarque de dezenas de passageiros infectados, a Anvisa publicou um quadro parcial da situação nas cinco embarcações que operam na costa brasileira. No MSC Splendida, fundeado no Porto de Santos, já sem passageiros a bordo, eram 62 casos positivos de covid-19 entre os tripulantes.Também fundeado em Santos e sem passageiros, o Costa Diadema apresentou 30 casos positivos entre seus tripulantes.
Entre os navios ainda em operação até a data da publicação da Anvisa, o MSC Preziosa, apresentava 25 casos de entre os tripulantes e oito entre os passageiros; o Costa Fascinosa, dois casos entre os tripulantes e cinco entre os passageiros e, no MSC Seaside, 65 casos de covid-19 entre os tripulantes e 25 entre os passageiros.
A covid-19 levou ao cancelamento da temporada anterior, de 2020-2021, resultando em perda financeira para toda a cadeia ligada ao ramo de cruzeiros marítimos. A temporada 2021-2022 foi liberada após um lobby intenso e outras forma de pressão. Mas parece que ainda não é dessa vez que será possível embarcar num navio e desfrutar de um passeio 100% descontraído, aliás, uma forma de viajar bem característica de um cruzeiro marítimo e forte apelo de venda.