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ONDA DE IPOS DIMINUI NO BRASIL E EMPRESAS RECUAM

Redação - 26/12/2021 16:00

A corrida do mercado de IPOs desacelerou, mas ainda não chegou ao fim. 2021, por exemplo, foi um ano no qual cerca de 50 empresas abriram capital na Bolsa de valores brasileira, sendo a maioria no primeiro semestre deste ano.  Mas qual o motivo de tanta cautela? Os vilões continuam sendo os mesmo em qualquer setor: alta dos juros, inflação disparada e a alta do dólar.

Além disso, há um problema que parece se estender cada vez mais entre as empresas no país. De acordo com o sócio da consultoria RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, as empresas que hoje precisam de liquidez estão divididas entre pedir recuperação judicial e fazer uma captação por meio da oferta pública de ações.

Segundo ele, o aumento acelerado do número de IPOs no primeiro semestre de 2021 fez com que “a qualidade dos IPOs caísse muito no Brasil”. O mercado cauteloso não diminui a pretensão das empresas em fazer a oferta pública inicial. Exemplos disso são a Natural da terra (no setor de alimentos), City (beleza), Lupo (vestuário) e Capitalys (financeiro) que já protocolaram seus IPOs, apesar de não terem definidos datas para lançamento. Para quem gosta do ramo de logística a Tópico também pretende lançar seu IPO, assim como a Fulwood.

Tecnologia

Em 2020 muitos IPOs de tecnologia aproveitaram o aumento das suas ações, principalmente as que estrearam em Wall Street. O clima na bolha internacional parece não ser um dos melhores, mas o Brasil segue otimista. Enquanto isso, 12 empresas norte-americanas de tecnologia que foram a Bolsa de Nova York (NYSE) neste ano, ou seja, 42% precificaram suas ações em uma avaliação igual ou abaixo do seu valor de mercado privado.  No Brasil, as empresas de tecnologia Superbid e RV Tecnologia também já começaram os preparativos passos para a oferta pública inicial. Ambas seguem sem data definida de estreia.

Instabilidade e impactos

A redução tanto de lançamento quanto de protocolos dos IPOs no Brasil é influenciada pela instabilidade, seja por cunho eleitoral ou fiscal, que acaba reduzindo os estímulos do mercado. A bolsa acaba perdendo a atratividade em vários aspectos.  Para o analista da BP Money, Pedro Queiroz, uma boa comparação é a taxa Selic, que quando estava baixa dava espaço para um enorme número de protocolo de IPOs. ‘’Os bancos são impactados diretamente – XP, Itáu, BTG, etc- já que são eles que protocolam essas ofertas’’, argumenta.

Isso atinge também a B3, uma vez que, devido a redução do número de empresas, há um impacto nos lucros. Já para as empresas que querem protocolar seus IPOs, o analista diz que ‘’o diferencial competitivo de uma empresa que está listada na Bolsa é que ela consegue levantar capital de forma mais rápida e mais barata que outras empresas.’’

A facilidade das empresas para ampliar seus fundos e serem ancoradas está enfrentando a instabilidade do mercado nacional, por isso que para conseguir esse tipo de fundo de investimento a empresa em questão precisa ‘’ter muita qualidade em seus ativos’’.  ‘’Hoje estamos vendo a troca do mercado nacional pelo estrangeiro. As empresas de grown- crescimento- buscam o mercado internacional por ser mais estável’’, finaliza o analista.

Foto: divulgação

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