O dólar começou a penúltima semana do ano em firme alta, confortavelmente acima de 5,70 reais e fechando na máxima em nove meses, alavancado pelo clima arisco no exterior, mas também por incertezas sobre o Orçamento no Brasil em meio a um cada vez mais carregado noticiário eleitoral doméstico.
O dólar à vista saltou 1,06% nesta segunda-feira, 20, a 5,745 reais na venda, maior patamar desde 30 de março (5,7588 reais).
A cotação operou em alta por toda a sessão e acelerou fortemente os ganhos na reta final, renovando sucessivamente os picos. No dia, a moeda variou de 5,6900 reais (+0,10%) a 5,747 reais (+1,10%%).
A demanda por dólar — ativo considerado de segurança — se deu num dia bastante negativo nos mercados financeiros globais, devido a temores de que a variante Ômicron do coronavírus — tida como de disseminação rápida — possa forçar a adoção de mais medidas de restrição em mais países, potencialmente afetando a recuperação econômica global.
Sinal disso, o petróleo despencou, pela percepção de que o mundo demandará menos energia. As bolsas de Nova York afundaram mais de 1%, variação expressiva para os padrões locais. Moedas portos seguros, como iene e franco suíço, registraram valorização.
O rali do dólar por aqui não atraiu o Banco Central, diferentemente de sessões passadas, em que a autoridade monetária interveio para prover liquidez ao mercado, após desde novembro o país ter perdido quase 6 bilhões de dólares em câmbio contratado.
A menos de duas semanas do fim do ano, o dólar sobe 1,92% em dezembro, elevando os ganhos em 2021 para 10,66%. A moeda caminha a passos largos para engatar o quinto ano consecutivo de valorização.