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A BAHIA DISPUTA O HUB DO E-COMMERCE – ARMANDO AVENA – COLUNA NO JORNAL A TARDE

Redação - 16/12/2021 07:09 - Atualizado 02/02/2022

Há uma disputa no mercado nordestino de vendas digitais, o e-commerce, um setor que vai movimentar bilhões de reais nos próximo anos e a Bahia precisa se preparar para liderar esse processo. O faturamento do e-commerce dobrou no Nordeste durante a pandemia e triplicou em relação a 2019, o que significa uma movimentação superior a R$ 6 bilhões, e  as grandes varejistas se viram obrigadas a montar centros de distribuição nas cidades do Nordeste, para assim reduzir custos e prazos de entrega. E a disputa é para ver que estado ou região vai se transformar no Hub logístico do Nordeste,  o lugar para onde as cargas de mercadorias de várias empresas são enviadas para depois serem redistribuídas pela região.

No momento, Recife e Salvador, e suas regiões metropolitanas, disputam o lugar de Hub do e-commerce no Nordeste e, embora a cidade pernambucana tenha vantagens, por conta de sua localização na parte central do Nordeste e da proximidade ao Porto de Suape,  a chamada “grande Salvador”, que envolve a RMS e Feira de Santana também tem vantagens por ter o maior mercado consumidor da região e um sistema portuário que inclui portos públicos e privados. Pernambuco se preparou e o governo do Estado montou um sistema de incentivos específico para estimular a instalação de centros de distribuição atacadistas e do e-commerce, atraindo empresas como a Amazon, que se implantou em Cabo São Agostinho.

Mas a Bahia também tem seus programas de incentivos e já atraiu o primeiro centro de distribuição do Mercado Livre fora de São Paulo, localizado em Lauro de Freitas e, entre outros, das Casas Bahia, em Camaçari, e do Magazine Luiza, em Candeias. As Lojas Americanas também vão montar centros de distribuição na Bahia e em Pernambuco. Naturalmente, essas grandes empresas tem ou terão áreas de distribuição em vários estados nordestinos, mas a Bahia tem de investir nas  rodovias que alimentam a distribuição, pois no e-commerce 65% das entregas são feitas por terra e infelizmente essa é uma deficiência no Nordeste, cuja malha pavimentada é pequena.

O mesmo ocorre com as instalações portuárias, embora a Bahia tenha no Porto de Salvador e nos portos privados possibilidades de manutenção da competitividade. A existência de mão-de-obra qualificada também é fundamental no processo. Há quem diga que o expressivo aumento de vendas digitais é resultado da pandemia que deixou as pessoas presas em casa e do auxílio emergencial que gerou renda na região, mas não parece ser apenas isso, afinal essa é uma tendência mundial. O fato é que o e-commerce é a bola da vez no comércio varejista e, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, a região Nordeste deve fechar o ano de 2021 com um crescimento de 28% no setor acima da média nacional, de 19,3%.

                                     PIB DA BAHIA

O PIB da Bahia cresceu 2,0% no 3º trimestre de 2021 em relação ao 2º trimestre. O crescimento foi melhor que o PIB  nacional que registrou recuo de 0,1%, o que significa que o Brasil já está em recessão técnica, com dois trimestres com crescimento negativo, mas a Bahia ainda não. Quando se compara o 3º trimestre de 2021, com o 2020, a Bahia cresceu 5,1%, enquanto o PIB nacional cresceu 4,0%. Ao que parece, a economia baiana está crescendo mais no último semestre do ano. Mas no acumulado de janeiro a setembro, a Bahia ainda registra um crescimento de  3,9% em relação a 2020, menor que  o crescimento nacional, que foi de 5,7%. Mas, mantendo a tendência atual, os números devem empatar.

                               ENERGIA EÓLICA

A disputa pela liderança na geração de energia eólica no Brasil é acirrada, mas o Rio Grande do Norte ainda registra a maior potencia instalada com 5,5 mil MW, enquanto a Bahia registrou 5,2 mil MW no mês de agosto, segundo a ONS. Mas a Bahia deve assumir a liderança, pois investimentos de porte estão previstos. Está semana, por exemplo, foi anunciado investimentos de R$ 2,7 bilhões na cidade de Casa Nova e R$ 1,4 bilhão no município de Rodelas para a construção de  novos parques eólicos, capitaneado pelas empresas  Ventos de São Mateus e Ventos de São Paolo. E o grupo espanhol Acciona, que adquiriu o projeto Sento Sé, pretende investir cerca de R$ 5 bilhões em Sento Sé.

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