A Bolsa teve forte queda, aproximando-se do patamar dos 100 mil pontos, enquanto o dólar se valorizou ante o real ontem. Após a leve recuperação ensaiada na véspera, o sentimento negativo volta a dominar os mercados globais com o receio de que os imunizantes já existentes sejam menos eficazes para combater a nova variante do coronavírus, Ômicron. Ainda pesam nos mercados, falas do presidente do Federal Reserve, Banco Central americano, Jerome Powell, dando a entender que a retirada de estímulos à economia naquele país pode ser antecipada.
No cenário interno, os investidores também monitoram o andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado. Por volta de 15h05, o Ibovespa cedia 2,27%, aos 100.480 pontos. No mesmo horário, a moeda americana tinha alta de 0,45%, negociada a R$ 5,6352, após passar do patamar de R$ 5,66. A divisa ganhou força após declarações do presidente do Fed. Ontem, Powell compareceu ao Comitê Bancário do Senado ao lado da secretária do Tesouro, Janet Yellen.
Ele destacou que a nova variantre coloca desafios adicionais no caminho do Fed tanto para atingir as metas de inflação quanto de pleno emprego. Na prévia do discurso, que foi divulgada na segunda-feira, Powell afirmou que a Ômicron pode intensificar as interrupções na cadeia de abastecimento. “O recente aumento nos casos da covid-19 e o surgimento da variante Ômicron representam riscos negativos para o emprego e para a atividade econômica e aumentam a incerteza para a inflação”, ressaltou.
O presidente do Fed disse que a forte recuperação da economia dos EUA e a inflação elevada podem justificar o fim das compras de ativos pelo Fed, o chamado “tapering”, antes do planejado no próximo ano, embora a nova cepa Ômicron represente um novo risco para as perspectivas. “Acho que é apropriado discutirmos na próxima reunião, que será em algumas semanas, se será apropriado encerrar nossas compras alguns meses antes. Nessas duas semanas vamos obter mais dados e aprender mais sobre a nova variante”.
O Fed está, atualmente, programado para concluir seu programa de compra de ativos em meados de 2022, de acordo com um plano anunciado no início de novembro. Os legisladores do banco vão se reunir nos dias 14 e 15 de dezembro, onde poderão tomar a decisão de acelerar a redução gradual. Após as declarações, as ações caíram aqui e lá fora, com os investidores apostando que o fim mais rápido da redução poderia levar a um aumento das taxas de juros no início do próximo ano, antes, portanto, do que o previsto anteriormente.
Fonte: O Globo
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