O deputado estadual Osni Cardoso quer viabilizar a reconstrução da antiga Ferrovia Bahia – Minas no trecho do Extremo Sul e criar um ‘Projeto Multimodal Caravelas’. Com esse objetivo realizou, nesta quinta-feira (18), audiência pública sobre o assunto na Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo da ALBA, discutindo propostas de reestruturação da malha ferroviária e a oportunidade de desenvolvimento da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, através da empresa Multimodal Caravelas (MTC) que tem projeto de expansão/construção de Porto, Zona de Processamento de Exportação (ZPE), Aeroporto e Ferrovia.
A Estrada de Ferro Bahia e Minas ligava o arraial de Ponta de Areia, próximo à cidade de Caravelas na Bahia, à cidade de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, numa extensão de 578 quilômetros. Este ramal ferroviário foi implantado por volta de 1882 pela Estrada de Ferro da Bahia em parceria com o Governo de Minas Gerais tendo como principal objetivo a exploração e transporte de madeira.
“Já tivemos, no passado, a existência da Ferrovia e do Porto de Caravelas. Hoje estamos procurando uma ressurreição desse modelo e agregando situações diferentes. A Ferrovia tinha um traçado rudimentar, com muitas curvas, e hoje é um traçado mais moderno. O aeroporto não existia na época, hoje já existe”, disse o diretor da MTC, Fernando Cabral, acrescentando que a demanda de carga da região é de 12 milhões de toneladas e, portanto, não faltaria movimento.
“A gente pode estar, de alguma forma, mexendo no principal indutor do Extremo Sul da Bahia e de uma parte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Estamos falando da reativação de um aeroporto, estamos falando de um porto, de uma ZPE e de uma ferrovia. Tudo isso pode motivar a capacidade daquele território, desde a produção de alimentos até minério”, disse o deputado Osni, proponente da audiência.
Deputado estadual de Minas Gerais e presidente da Comissão de Ferrovias, João Leite falou sobre a experiência positiva de seu Estado com o investimento em malhas ferroviárias. “Temos a primeira shortline, que faz escoamento da produção de café no sul de Minas. Por rodovia, são transportados 30 mil containers. Com a shortline, que ligará Varginha a Lavras, passaremos para 100 mil containers. Um detalhe: é 60% menor o custo do frete. No Brasil, sofremos com frete rodoviário, sendo que o ferroviário é mais barato”.
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