A vida no mundo moderno tornou-se uma vida por assinatura. Hoje, os bens e serviços que as pessoas necessitam e que antes eram supridos por compras únicas e diretas estão sendo cada vez mais adquiridos de forma repetitiva, através de assinaturas ou mensalidades e de tal maneira que já não é mais importante ter a posse do bem, o que importa agora é ter o acesso a eles.
O leitor já foi capturado por esse novo capitalismo e assiste filmes e séries pela Netflix, ouve música pela Spotfy, guarda seus dados na nuvem, lê os jornais e revistas no tablet, tem assinatura de software, paga planos de saúde, participa de clubes de vinho ou de livros, passa no pedágio sem parar e paga essas e outras atividades mensalmente. Além disso, paga por assinatura a internet, o telefone, energia, água e condomínio. No setor terciário, o processo é o mesmo e o personal trainer, a diarista, o cabeleireiro e os serviços de manutenção já propõem uma espécie de assinatura mensal.
Os economistas chamam a esse sistema de economia da recorrência, caracterizando que não se trata de uma compra única, mas de uma compra recorrente. Na maioria dos casos, a propriedade perde importância e o que se vende é uma permissão de acesso. Aliás, já não faz mais sentido ser dono de um carro ou de uma casa, com todos os problemas de manutenção daí advindos, pois você pode ter seu automóvel ou seu apartamento através de serviços por assinatura que estão disponíveis no mercado. Mas a economia de recorrência não se restringe ao sistema de assinaturas.
As farmacêuticas e laboratórios, por exemplo, criaram as medicações diárias, os check ups e os exames anuais ou semestrais e as farmácias trabalham com a fidelização dos doentes, enquanto os médicos participam do sistema vinculando-se ao processo através do receituário e das prescrições. E o comércio varejista cria um sistema monumental de cadastros para fidelizar o cliente, estabelecendo vínculos com profissões e conselhos e gerando descontos e promoções cujo objetivo é trazê-lo de volta à loja. Tudo isso faz parte da economia de recorrência e beneficia as empresas, pois estabelece a garantia de faturamento, estabiliza o fluxo de caixa e acaba com o custo de manter estoques.
Para o consumidor também parece ser mais vantajoso, pois ao optar pelo uso ao invés da posse, e pelo fornecimento recorrente ao invés da compra única, ele economiza tempo, tem sempre o mesmo produto e transfere a manutenção para a empresa. Mas é mera ilusão. Na verdade, o modelo padroniza o consumidor, obrigando-o a ter sempre o mesmo produto e o mesmo serviço e homogeneiza os seus gostos e suas preferências. É tudo o que o capitalismo sempre quis: transformar o ser humano em uma máquina que consome ininterruptamente e de forma previsível.
CARNAVAL LOCALIZADO E SEGMENTADO
Fazer um carnaval nos moldes em que Salvador faz, com 2 milhões de pessoas na rua, sem que a pandemia tenha acabado é loucura. E pode resultar em mortes e em novo fechamento de todas as atividades, caso haja um novo surto estimulado pela proximidade de milhões de pessoas. Mas, mantido a atual tendência de queda de casos e mortes, é possível fazer um carnaval, com eventos em várias partes da cidade e em vários formatos, no modelo, por exemplo, do Carnavalito, realizado na Arena Fonte Nova e que é um sucesso. Salvador pode ter festas carnavalescas em vários pontos da cidade, ao ar livre ou fechadas, desde que seja observado a exigência de vacinação, o limite máximo de pessoas e os protocolos de segurança.
BAHIA: HUB PORTUÁRIO DO NORDESTE
Diferente do que se apregoa, a movimentação de cargas nos portos baianos é muito maior do que a de Pernambuco, incluindo o Porto de Suape. Em 2020, os porto baianos, incluindo os terminais privados, movimentaram 37 milhões de toneladas, enquanto Pernambuco movimentou 27 milhões de toneladas, nos portos de Suape e Recife. Em 2021, entre janeiro e agosto, a movimentação foi da ordem de 22 milhões de toneladas na Bahia, contra cerca de 15 milhões em Pernambuco. Aliás, toda a movimentação portuária de Suape é menor do que a movimentação dos terminais privados da Bahia e o Porto de Salvador movimenta quatro vezes mais cargas que o Porto de Recife. A Bahia é o maior hub portuário do Nordeste.
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