Segundo dados divulgados pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), o número de lançamentos de imóveis novos na Bahia ainda não atingiu o patamar da demanda. Entre os meses de julho e setembro houve um aumento de 99% no lançamento de imóveis na Bahia em relação ao trimestre anterior. Salvador registrou crescimento de 589%. Ainda assim a quantidade é insuficiente.
Presidente da Ademi, Claudio Cunha diz que “praticamente não há disponibilidade de imóveis em Salvador”. “O que se lança é vendido. É preciso que mais projetos sejam aprovados para que possam ser lançados”. A fala de Cunha é ratificada pelo diretor regional da Moura Dubeux, Fernando Amorim. Segundo ele, dentre as três maiores capitais do Nordeste, incluindo Recife e Fortaleza, a baiana é a com o menor “estoque”.
A Moura Dubeux opera em sete estados da região, onde lançou, entre setembro de 2020 até aqui, nada menos que 19 empreendimentos, – cinco deles em Salvador. “Todos muito bem comercializados”, conta. Um deles é o Mirat Martins de Sá, no Horto Florestal, com quatro quartos, quatro vagas, 253 m², um apartamento por andar (37 pavimentos), por a partir de R$ 2,2 milhões, e poucas unidades ainda à venda.
Ainda segundo a Ademi, entre as unidades disponíveis no estado, a maioria é de dois quartos (72%); em Salvador elas são 54%. Imóveis populares representam 59% do total. Aqui na capital, 40% são de médio padrão. O mercado de luxo, por sua vez, vai muito bem, obrigado. Na semana passada a Prima e a espanhola Acciona anunciaram o Morro Ipiranga Residence, na Barra –, além de outro lançamento ainda sem nome. O Valor Geral de Vendas dos produtos passa de R$ 350 milhões.
Claudio Cunha diz que o mercado dispõe-se a apostar alto quando o assunto é bem-estar e investimento seguro. E que o interesse permanece constante quando há juros atraentes e facilidade de acesso ao crédito. Fernando Amorim destaca que a forte demanda é fruto também do represamento que houve a partir de 2015, com o agravamento do cenário econômico no país, e a retração do setor.
Diz ainda que “quanto mais opção, melhor para o consumidor”, que “há muito lançamento, mas falta, cabe mais”, e que o ritmo “veloz” das vendas versus a forte procura pode impactar o preço final dos produtos. “O setor não conseguiu normalizar o patamar de imóveis ofertados. É salutar haver mais lançamentos e opções para o consumidor”. Segundo ele, a expectativa é virar o ano com sete canteiros de obras, gerando mais dois mil empregos, e nos próximos meses lançar mais dois projetos. “Esperamos que a inflação melhore, os juros não subam tanto”. ( A Tarde)
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