O veto da China à compra de carne vermelha no Brasil, após dois casos do mal da vaca louca detectados em frigoríficos de Minas Gerais, já impactou no valor de venda do produto para o país. No entanto, essa diminuição não vai refletir no bolso dos brasileiros, com dificuldades para manter na dieta a carne vermelha, e vai continuar pagando caro.
As vendas para a China foram suspensas no dia 4 de setembro, e desde lá o preço da arroba do boi já caiu 9,5%. Segundo informações do UOL, especialistas explicam que os cortes vendidos para a Ásia não são os mesmos consumidos no Brasil. Para conter a queda nas exportações, os frigoríficos também passaram a reduzir o abate.
“No caso da carne bovina, os mercados asiáticos importam cortes dianteiros e miúdos [70% das exportações são desses cortes], e o mercado doméstico consome mais cortes traseiros, carnes de primeira. O efeito imediato foi uma menor oferta de carnes no mercado interno, o que continua sustentando os preços”, afirma Maurício Palma Nogueira, diretor da consultoria pecuária Athenagro.
Além da questão sanitária, a bancada ruralista na Câmara vê no veto da China uma reação política às polêmicas já sustentadas pelo governo brasileiro, com retaliações frequentes do próprio presidente Jair Bolsonaro e de seus auxiliares. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, avisou que pretende viajar ao país para poder tentar solucionar o entrave.
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, realizou videoconferência com o ministro de Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, sobre a retomada das exportações de carne bovina, e disse no Twitter que confia na retomada em breve dos negócios com o país.
Foto: divulgação
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