No dia 14 de outubro de 1971 o Jornal A Tarde publicou: “O Brasil iniciou às primeiras horas de hoje, a sua produção de ureia, produto petroquímico de grande aplicação em diversos ramos industriais e na agropecuária.” No dia seguinte a Tribuna da Bahia fazia seu registro: “O Brasil poderá suspender a importação de ureia a partir deste ano, passando a consumir o produto que é fabricado desde ontem pelo Conjunto Petroquímico da Bahia, primeiroprodutor do fertilizante em todo o país.” Assim os dois principais jornais da Bahia noticiaram há 50 anos, o início de funcionamento da fábrica de amônia e ureia em Camaçari, que teve sua história contada no livro “Fafen Uma Fábrica de Vida” de edição coordenada por Gilberto Melo.
O empreendimento, além de Copeb e Fafen, também foi chamado de Petrofértil, Nitrofértil e agora passa a ser nominado de Unigel Agro Bahia. A comemoração do 50º aniversário do início da produção de ureia é marcada por uma série de eventos que demonstram por si só o vigor da nossa indústria química e petroquímica:
A fábrica de vida, privada, reconstruída, modernizada, será reinaugurada no dia 03 de novembro, como parte das comemorações dos seus 50 anos.Os meus colegas de turma de engenharia e eu visitamos a canteiro de obras da fábrica, que seria o prenúncio do Polo Petroquímico, em 1963, levados pelo professor de geologia Walmor Barreto, onde fomos recebidos no Barracão H. Durante o almoço oferecido a cerca de 80 estudantes, ouvimos o discurso inflamado do nosso saudoso colega José Milton Ferreira de Almeida, de grande vocação política, falecido precocemente, ressaltando com a força do nacionalismo brasileiro que idealizava, o início de autêntico movimento desenvolvimentista, sem igual até hoje em nosso estado. Que venham outros 50 anos e que consigamos aumentar a produção desses importantes insumos do agronegócio brasileiro.
O maior desafio da Unigel na operação das fábricas de ureia, amônia e sulfato de amônio é o de ampliar a fabricação para alcance da autossuficiência. A correlação existente entre o uso de fertilizantes com o aumento da produtividade na produção agropecuária, o que permite produzir mais com menos terra, indicam a necessidade de incremento da produção, eliminando essa vulnerabilidade da nossa economia.
Adary Oliveira é engenheiro químico e professor (Dr.) – [email protected]