O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta terça-feira, 27, quatro ações que pedem que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, seja investigado por supostas ameaças às eleições de 2022. A abertura de vista à PGR, que decidirá sobre o encaminhamento dado aos pedidos, é uma medida de praxe,
Os pedidos foram protocolados pelos deputados do PT Natália Bonavides (RN), Bohn Gass (RS) e Paulo Teixeira (SP), pelo deputado do PSDB Alexandre Frota (SP) e pelo advogado Ronan Wielewski Botelho e têm como base a informação noticiada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” no último dia 22.
Segundo a reportagem publicada pelo jornal, o general do Exército teria enviado um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), condicionando a realização do pleito à aprovação da PEC do voto impresso, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro no Congresso.
Em nota, Braga Netto disse que a publicação gera “desinformação” e acrescentou que não se comunica com chefes de outro Poder por meio de interlocutores.
A PGR terá, agora, que avaliar se há indícios de crimes. Se não houver provas, a Procuradoria pode pedir o arquivamento do caso. Na petição, Bonavides afirma ainda que Braga Netto “tem um comportamento deveras danoso à democracia no exercício de seu cargo” e acrescenta que, desde que o militar assumiu o Ministério da Defesa, “a frequência de crises militares aumentou”.
Foto: Carlos Mouro/ STF