Na sua luta em prol do aumento de impostos e da retirada de subsídios que viabilize uma redução do Imposto de Renda das empresas, o ministro Paulo Guedes quer acabar com o Reiq – Regime Especial da Indústria Química, afetando todo o setor químico-petroquímico. Para se contrapor às pressões das empresas, Guedes vem atacando nos bastidores uma das mais importantes empresas baianas, a Braskem, maior empresa do Polo Industrial de Camaçari.
Ontem, no entanto, o setor químico aproveitou a reunião do ministro Paulo Guedes com empresários industriais para defender o benefício tributário. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Ciro Marino, mostrou a Guedes que o Reiq não beneficia só uma empresa, mas um conjunto de 15 companhias.
Dados da Abiquim mostram que 96% dos setores industriais dependem de alguma forma da indústria química, afirmando que ao afetar a estrutura tributária da química, vai acrescentar custos para toda a economia e aumentar a inflação e, ao mesmo tempo, desmobilizar a cadeia produtiva, abrindo espaço para importados.
O setor, que emprega mais de 80 mil pessoas, vai ser afetado e gerar desinvestimento na indústria química e o governo também pode perder parte relevante dos R$ 1,7 bilhão arrecadado por ano em impostos, afirma a Abiquim.
Os empresários mostraram a Guedes que o benefício tributário no Brasil é bem menor do que em outros lugares no mundo, como os Estados Unidos, onde mecanismo semelhante custa US$ 4,6 bilhões, ante cerca de US$ 300 milhões que o Reiq representa no Brasil.
Guedes demonstrou alguma surpresa com as informações sobre a dimensão do setor, mas permanece decidido a pôr fim ao Reiq, afetando diretamente a Bahia. Com informações do Valor Econômico.