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VEJA 5 TEMAS PARA ACOMPANHAR NOS MERCADOS ESSA SEMANA

Redação - 05/07/2021 14:30 - Atualizado 05/07/2021

A semana após o relatório sobre o emprego nos Estados Unidos geralmente é uma das mais calmas no mês em termos de dados econômicos. Essa semana, já curta em função do feriado, não será exceção. A ata da reunião do Federal Reserve na quarta-feira pode dar aos investidores uma perspectiva sobre as discussões dos dirigentes nos bastidores, após uma mudança agressiva na política monetária ter provocado turbulência no mercado no mês passado.

O Banco Central Europeu também vai publicar a ata da sua última reunião, enquanto a China divulgará os dados de sua inflação, que serão atentamente monitorados. E com os mercados entrando no segundo semestre do ano, os investidores estão se perguntam se o impressionante primeiro semestre pode continuar. No Brasil, a semana será mais importante em termos de dados, também encurtada com o feriado estadual de São Paulo na sexta-feira, com a B3 fechada para negócios. Haverá nesta semana a divulgação do IPCA do mês de junho, as vendas no varejo de maio e o PMI Composto de junho.

  1. Ata do Fed

A ata da reunião de junho do Fed, na qual os dirigentes abriram a conversas sobre a redução da compra de títulos e indicaram que aumentos nas taxas de juros poderiam chegar mais cedo do que o previsto, deverá ser publicada na quarta-feira. A ata chega na sequência do relatório de folhas de pagamento não-agrícolas de sexta-feira, que mostrou que os EUA criaram em junho o maior número de empregos em 10 meses, indicando que a economia fechou o segundo trimestre com um forte momento à medida que a reabertura avança.

Os dados robustos pouco fizeram para aliviar as preocupações de que uma forte recuperação e salários crescentes pudessem levar o Fed a começar a reverter suas políticas de dinheiro fácil antes do esperado. Essa dinâmica parece certa para continuar pesando sobre os mercados antes da reunião de política monetária do Federal Reserve de julho e da sua reunião anual em Jackson Hole, Wyoming, em agosto.

  1. Dados de serviços ISM

O índice ISM de atividade do setor de serviços deve ser divulgado na terça-feira e a expectativa é que ele aponte forte crescimento contínuo depois de atingir um recorde de alta em maio, em meio a uma reabertura possível em função da vacinação contra o coronavírus. O relatório também pode sublinhar as restrições de trabalho em curso, uma vez que as contratações continuam registando atrasos, levando as empresas a oferecerem salários mais elevados para atrair mão de obra.

Este tema será provavelmente reiterado no relatório JOLT – Aabertura de Vagas e Rotatividade de Funcionários – da quarta-feira. A expectativa é que ele mostre um novo recorde em vagas abertas, mas que as contratações continuam bem atrás dado que os potenciais funcionários ou não podem ou não querem assumir os postos. Os investidores também estarão atentos aos números de quinta-feira relativos aos pedidos iniciais por seguro-desemprego. O relatório da semana passada mostrou que os pedidos iniciais caíram para o nível mais baixo desde março de 2020, quando lockdowns generalizados foram implantados a fim de retardar a primeira onda da pandemia. No Brasil, serão conhecidos os dados do PMI do setor de Serviços e e do PMI Composto nesta segunda-feira, às 10h00. Em maio, o PMI do Serviço foi de 48,3, enquanto o Composto de 49,2.

  1. Segunda metade

Com os mercados entrando no segundo semestre de 2021, os investidores estão agora se questionando se o impressionante primeiro semestre pode continuar. Embora os mercados de ações dos EUA venham mantendo altas próximas aos níveis recordes, alguns analistas apontam sinais de cautela em algumas áreas do mercado.

As ações do setor de viagens e lazer, junto com as ações de valor, tiveram recuos com temores sobre a rápida propagação da variante delta da COVID-19, ao mesmo tempo em que os rendimentos dos títulos do governo dos EUA permaneceram modestos em meio a preocupações em potencial de um Fed ainda mais agressivo.

Alguns investidores nas últimas semanas também notaram uma concentração dos ganhos do mercado em um número menor de ações, algo que alguns consideram como indício de uma diminuição da confiança no mercado em geral. Os investidores irão agora voltar seu foco para o período de anúncios de resultados do segundo trimestre e para o avanço do plano de infraestrutura do presidente Joe Biden, que poderia ajudar o mercado de ações a manter o ritmo.

  1. Ata do BCE

O BCE publicará na quinta-feira a ata da sua reunião de política de junho. Os observadores do BCE também estarão atentos às notícias de diversas reuniões marcadas para as próximas semanas, no contexto da revisão da sua estratégia de política monetária pelos bancos. O banco pretende reformular sua meta de inflação – atualmente definida para próximo, mas não acima, dos 2% – com a meta de que a revisão seja feita até setembro.

Na quarta-feira, a Alemanha, locomotiva da zona do euro, deve publicar os números da produção industrial e a Comissão Europeia deve emitir previsões econômicas atualizadas para a União Europeia. No mesmo dia, serão conhecidos no Brasil os dados de vendas no varejo de maio às 09h00, com previsão de alta de 2,7% na base mensal e 16,4% no anual. Antes, às 08h00, será divulgado o nível de preços mensurado pelo IGP-DI de junho – projeção de alta de 0,22% contra 3,4% no mês anterior – e, às 14h30, o fluxo cambial estrangeiro.

  1. Inflação da China

A China deve divulgar na sexta-feira dados sobre a inflação dos preços ao consumidor e a inflação dos preços ao produtor. Os observadores do mercado estarão muito atentos ao custo das matérias-primas, que dispararam devido à alta no preço das commodities, bem como se estes aumentos estão sendo repassados ao consumidor. Os preços estão em disparada na China e em todo o mundo, aumentando os receios de que uma onda de inflação possa ameaçar a recuperação econômica global, caso venha a continuar. Já o IPCA, índice oficial de inflação no Brasil, será divulgado um dia antes, com a estimativa da base mensal de alta de 0,61% e de 8,41% na anual, continuando acima da meta de inflação de 3,75% e acima da faixa superior de tolerância de 5,25%.

Foto: divulgação

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