Aos 16 anos, Jorge Ricardo Lima começou a empreender. Na época, ele queria apenas algo onde pudesse ganhar algum dinheiro e trabalhar dentro do próprio quarto, sem que isso viesse a comprometer os estudos. “Com esse sonho em mente comecei a comprar e vender computadores em minha cidade e me apaixonei ainda mais por tecnologia”, conta. Em 2011, ele conheceu a franquia Gigatron, que atua com a implantação de sistemas, e já naquela época possibilitava desenvolver um negócio dentro de casa.
Na verdade, o número de empreendedores como Jorge, que optam por trabalhar em casa, cresceu desde o início da pandemia, no ano passado. Segundo dados da Pesquisa de Desempenho do setor de franquias, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), essas operações, conhecidas como home based, tiveram um crescimento e passaram de 7,1% para 10,3% nesse 1º trimestre de 2021.
O diretor regional da ABF no Nordeste, Cândido Espinheira acredita que esse crescimento se deve a alguns fatores, como a dispensa de um ponto comercial externo, e consequentemente, demandarem menor custo de investimento inicial. “Muitas dessas franquias são ligadas à alguma prestação de serviço ou a revenda de produtos. Com opções de até menos de R$ 5 mil, elas seguem as mesmas normas das franquias tradicionais”, esclarece, ressaltando que mesmo em home based, o negócio exigirá documentos obrigatórios como a Circular de Oferta de Franquia (COF) e todo o suporte que a franqueadora oferece ao franqueado.
Atrativos
“O principal atrativo acaba sendo o valor mais baixo de investimento, mas também é comum o fato de muitos empreendedores valorizarem o fato de trabalhar em casa, o que em tese facilita a gestão paralela de questões pessoais, inclusive como vimos na pandemia”, completa Espinheira.
Jorge concorda que ter a própria residência como base para um negócio traz vantagens e confortos, mas que o maior atrativo reside em não precisar pagar aluguel de ponto comercial, taxa de condomínio comercial, além de toda aquela infraestrutura necessária para um negócio físico e seus elevados custos. “Foi junto à franqueadora onde comecei a escalar o meu negócio, tendo como base um modelo já funcional, o que hoje eu consigo colher excelentes frutos dessa parceria. Tudo o que eu preciso a Gigatron me possibilita e isso faz com que os clientes se sintam cada vez mais seguros e satisfeitos, porque afinal de contas, eles percebem que não estão sozinhos no negócio deles!”, relata.
O franqueado João Francisco de Souza, 41, possui uma experiência de mais 20 anos no segmento de produtos cosméticos e de higiene pessoal, diz que começar o negócio em casa foi fundamental para trabalhar enquanto procurava o ponto físico ideal. “Eu e minha esposa já tínhamos um sonho de montar um negócio próprio no ramo de cosméticos veganos, então descobrimos o grupo Orgânica e foi amor à primeira vista”, conta.
“A maior vantagem para nós foi o valor do agregado aos produtos, por ser atualmente uma tendência, o valor de aquisição que na época custou R$25 mil e o modelo da operação, que possui mobilidade para estar em vários locais parceiros, em casa ou até mesmo agregado a um quiosque como ferramenta para proporcionar experiências aos nossos clientes”, revela. Para Francisco, o maior desafio ainda é o momento de dúvida por causa da pandemia.
Desafios
Apesar das inúmeras vantagens, vale salientar que nem tudo é um mar de rosas no modelo home based. Cândido Espinheira lembra que,como em todo serviço que se realiza em casa, é preciso ter disciplina para poder separar o trabalho dos afazeres domésticos. “Mesmo estando em casa, investir na abertura de uma franquia home office não quer dizer que você terá menos trabalho. A dedicação ao negócio e a organização para seguir as normas da franqueadora serão fundamentais para o sucesso da empreitada”, salienta.
O representante da ABF recomenda que a compra da franquia seja realizada de uma vez e que o empreendedor evite financiamentos. “Se possível, guarde uma parte desse montante para usar como capital de giro nos primeiros meses de operação”, orienta, lembrando que o retorno financeiro das home based costumam ser um pouco menores. “As franquias com operação home based também possuem alguns segmentos que se destacam, como: Serviços (automotivos etc.), Informática, Alimentação, Saúde, beleza e bem-estar, Educação e treinamento e Hotelaria e turismo”, finaliza.
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Foto: divulgação